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Pecuária Atualização:03/06/2022

Uma via de duas MÃOS

Shaira MaysePublicado por Shaira Mayse03/06/2022Atualização:03/06/2022Nenhum comentário7 Min de Leitura
Foto: Wenderson Araújo CNA

Domínio sobre comportamento animal facilita movimentação do gado e promove bem-estar, essencial
ao manejo sanitário e à qualidade final da carne

Andreza Cruz1

Dentro das porteiras, a falta de cuidado no manejo do rebanho e com os processos sanitários está associada a prejuízos produtivos e econômicos. As perdas podem chegar a até 150 gramas diárias no ganho de peso, à diminuição da capacidade reprodutiva das fêmeas e na qualidade da carne. Diante disso, para manter um negócio pecuário sustentável e competitivo no mercado, torna-se fundamental reduzir o estresse animal, gerando uma relação de confiança entre o gado e os pões, estabelecendo fluxo ao manejo e diminuindo o risco de acidentes.

Contudo, o feito somente é possível à medida que se conhece a fundo a dinâmica comportamental bovina. Assim, ao invés de obrigar os animais a fazer exatamente o que queremos, precisamos inverter a lógica de comunicação com eles e conduzi-los para executarem o que necessitamos. Afinal, somos grandes responsáveis por garantir essa tranquilidade, tanto a eles como a nós mesmos. O resultado ficará evidente num ambiente de trabalho mais seguro, em animais mais calmos e no aumento da produtividade.

Para que proprietários e funcionários entendam os sinais emitidos pelo rebanho, e possam utilizá-los em favor do negócio, precisam, primeiramente, de treinamento. Porém, em doses continuadas e com foco em bem-estar animal. É preciso que toda a equipe entenda que um manejo racional de resultados depende, principalmente, da mudança de atitude na lida diária. E que água limpa disponível, pastagem de
qualidade, sombra e um manejo tranquilo no curral diminuem gastos com sanidade e muitas perdas em desempenho. E que, respeitando os animais e o meio ambiente, o negócio entregará produtos de maior qualidade e abrirá portas para mercados mais exigentes.

Mudanças de forma lenta

Bovinos são animais que têm uma excelente memória, o que pode ser uma vantagem aos sistemas pecuários, mas pode também representar uma desvantagem em algumas ocasiões. O fator positivo está associado aos exemplares que vão a confinamento, pois são acostumados a bastante contato com pessoas, estão sempre nos currais e convivem diariamente com maquinário, quase sempre no mesmo horário. Isso também faz com que tenham uma rotina, algo que também gostam. O fator negativo se dá mediante adversidades que podem ocorrer inesperadamente, como, por exemplo, durante o transporte
para a área de terminação ou mesmo no curral de manejo. Qualquer acontecimento fora da rotina à qual estão acostumados pode elevar seu nível de estresse. Por isso, toda e qualquer alteração necessária ao manejo, seja com novas experiências, instalações, pessoas ou equipamentos, deve ser realizada de forma lenta, visando gradual adaptação.

Iluminação e ruído na área de manejo

Uma característica importante diz respeito à visão dos bovinos. Com os olhos estão localizados nas laterais da cabeça, eles têm um campo visual bem mais amplo (345º) do que o do olho humano (180º). Por outro lado, não têm uma boa visão tridimensional, o que resulta na dificuldade de avaliar os ambientes com relação à profundidade. Sabendo disso, já se pode bloquear fontes de luz excessivas para reduzir o estresse durante o manejo.

Um conceito que também precisa ser considerado é o da distância de fuga, isto é o espaço mínimo permitido pelos animais para a aproximação de humanos (ou de predadores – antes de iniciar o deslocamento-fuga). Portanto, se a intenção for conduzi-los para frente, o peão deverá se posicionar numa posição caudal a partir do ponto de equilíbrio até um ângulo de 45º. A paralisação do deslocamento deve ocorrer num ângulo entre 45º e 60º em relação ao ponto de equilíbrio. Por fim, de o peão ficar em uma posição mais frontal em relação ao ponto de equilíbrio, a tendência é o animal se mover para trás.

Além disso, bovinos são mais sensíveis do que os humanos aos sons de alta frequência (800 Hz), ou seja, ruídos desconhecidos podem também assustá-los e estressá-los.

Convivência em grupo

Para promover o bem-estar, gerar tranquilidade ao manejo sanitário e a qualquer outro processo inerente à lida, não se deve deixar os bovinos totalmente isolados. Para se proteger dos predadores, instintivamente, eles se aglutinam, formando rebanhos. Quando estão sozinhos, tornam-se muito agressivos e receosos.

Além disso, é importante saber os rebanhos contam com uma hierarquia interna. Os bovinos que levantam a cabeça quando o manejador se aproxima são os “sentinelas”. Caberá aos peões, dentro do manejo racional, identificá-los para mostrar a eles que não são predadores. Com isso, será possível conquistar sua confiança para que baixe a cabeça. Normalmente posicionado na segunda fileira da frente, o líder então compreenderá que tudo está bem e conduzirá o lote para onde precisarmos que vá. Portanto, evite trabalhar com um animal sozinho e busque sempre identificar o líder do grupo, pois facilitará todo o manejo.

Outro fator que pode gerar estresse nos animais é o oposto, uma lotação muito alta na mesma área, podendo acarretar diminuição de imunidade e ser porta de entrada para doenças respira- tórias, principalmente em bezerros, que estão ainda construindo sua imunidade.

Conforto térmico

É importante lembrar que não somos os únicos a gostar de sombra e água fresca. As zonas de conforto térmico dos bovinos encontram-se entre 10ºC e 32ºC para as raças zebuínas, e entre 13ºC e 18ºC para as taurinas. Portanto, como chegamos fácil aos 40ºC em boa parte do Brasil, principalmente regiões que respondem pela maior parte da produção pecuária, o cuidado com conforto térmico é importantíssimo.

Garantir sombra aos animais pode resultar em melhora nos índices produtivos (ganho de peso, produção, quantidade e qualidade do leite) e também nos reprodutivos (menor incidência de abortos, aumento nos índices de fertilidade, maior peso ao nascer, entre outros).

Uma prática que tem se destacado em todo território é o uso de sistemas integrados de produção de lavoura-pecuária-floresta (ILPF) que, de acordo com o tipo de árvore (nativa e exótica) e o arranjo utilizado (linha simples, dupla ou tripla), tem-se diminuição de 2°C a 8°C na temperatura ambiente relação a pastagens sem árvores.

Boas práticas sanitárias

Uma produção pecuária sustentável preconiza, dentre outros fatores, a adoção de boas práticas sanitárias. As medidas visam prevenir doenças, controlar a infestação de ectoparasitas (carrapatos, bernes e moscas) e endoparasitas (vermes), além de identificar e tratar de problemas de saúde por meio do treinamento e capacitação das pessoas envolvidas e de registrar todos os processos utilizados, conforme estabelece o Manual de Práticas para a Pecuária Sustentável (MPPS), editado e publicado pelo Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS). Além do peso no bolso (custo e benefício), o uso das práticas lhe credencia a garantir e gerar saúde pública por meio da produção alimentar de qualidade e do bem-estar humano e animal.

De acordo com o MPPS, a capacitação de funcionários é o primeiro processo a ser adotado no manejo sanitário visando uma pecuária sustentável. Isso porque pode ser implantada no curto prazo, em menos de um ano, tem baixo custo, provém rápido retorno ao investimento, tem baixa complexidade tecnológica e alto impacto na produtividade. Além disso, a implantação, condução, manutenção e sucesso dos processos tecnológicos dependem diretamente das pessoas envolvidas. Assim, explicar os objetivos, a importância e todos os passos do plano de ação: o que, por que, quem, quando, como, onde e quanto irá custar, é fundamental para a sustentabilidade dos processos.

A capacitação do pessoal envolvido, direta e indiretamente deve transmitir conhecimento sobre as principais doenças que acometem os bovinos em questão. O treinamento deve orientar também os
colaboradores com relação à aplicação de vacinas, medicamentos e antiparasitários, além de salientar a importância dos cuidados com o armazenamento dos medicamentos e dos produtos relacionados à sanidade. As ocasiões são aproveitadas ainda para discutir temas sobre saúde, bem-estar animal e a importância da escrituração sanitária. É importante que todos os colabora- dores tenham conhecimento de todas as doenças que possam acometer o rebanho para que possam identificar e isolar animais portadores de doenças transmissíveis, alertando os responsáveis, que irão procurar um médico veterinário ou os órgãos competentes para as providências cabíveis.

boi gordo campo pecuária
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Shaira Mayse
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