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Home»Pecuária»Heterose eficiente ou ”tatu com cobra”?
Pecuária Atualização:17/06/2022

Heterose eficiente ou ”tatu com cobra”?

Shaira MaysePublicado por Shaira Mayse17/06/2022Atualização:17/06/2022Nenhum comentário7 Min de Leitura
Foto: Arquivo Embrapa

Choque de sangue provocado por raças puras em sinergia com DEPs de interesse é condição
básica para sucesso nos cruzamento
s

Ainda é bastante comum na pecuária brasileira vermos criadores completamente despreocupados com o gado que utilizarão nos cruzamentos. Normalmente, pensam que “com a heterose (choque de sangue), tudo se resolverá e a estação de monta dará um gado muito bom”. Em outras palavras, acreditam que podem cruzar tatu com cobra e obter um bezerro de primeira. Pura ilusão!!!! Irá sair um tatu com cobra, sim, um animal pouco produtivo, consequência de uma heterose insuficiente e incapaz de torná-lo bom.

Eis, então, uma das principais razões de insucesso de vários criadores ao adotar o cruzamento em suas fazendas. Então como resolver o problema? Usando animais de alta qualidade das raças puras no cruzamento, pois trarão o benefício da genética aditiva somada aos da heterose (genética não aditiva). Para isso, temos à disposição as diferenças esperadas na progênie (DEPs), dados que indicam os animais de melhor mérito genético para as características de interesse de cada negócio pecuário. Logo, o sucesso do cruzamento vem da escolha de animais das raças puras com base em DEP para as características de interesse em sinergismo com o efeito da heterose.

A conclusão reforça a importância dos trabalhos de seleção nas raças puras – os programas de melhoramento – e o acesso de criadores aos resultados das avaliações genéticas. Fica claro também que os sumários de touros, que informam os resultados das avaliações genéticas, são ferramentas importantíssimas tanto para o selecionador quanto para o produtor comercial de gado de corte que usa uma raça ou o cruzamento.

Prova disso foi o experimento a campo desenvolvido pela Embrapa Gado de Corte com a Associação Sul-matogrossense de Criadores de Novilho Precoce (Novilho Precoce), que teve como objetivo levantar os motivos pelos quais as carcaças de Nelore e F1 Angus estavam obtendo acabamento aquém do desejado. A hipótese levantada foi a de que animais Nelore ou Cruzados F1 Angus x Nelore, filhos de touros de alta e de baixa DEP para acabamento e de vacas Nelore de similar genética, apresentam, em média, acabamento de carcaça similar no abate, quando criados em condições comuns e terminados a pasto ou
confinamento. Sabendo que cobertura de gordura subcutânea provém da combinação de diversos atores, delineamos várias ações de pesquisa, dentre as quais destaco a focada em genética.

Nos experimentos realizados em fazendas do MS, vacas Nelore comerciais foram aleatoriamente inseminadas de touros das raças Angus e Nelore, com DEPs altas e baixas para acabamento de carcaça. Os produtos machos desses acasalamentos foram criados juntos do nascimento ao abate, sendo parte terminada a pasto e parte em confinamento. As experiências compuseram tese de doutorado de Thiago
Araújo, orientado pela professora Elzania Pereira, da UFC, e co-orientado pelo Dr. Rodrigo Gomes, da embrapa Gado de Corte.

Os resultados levaram à negação da hipótese, ou seja, foram detectadas diferenças em acabamento de carcaça entre as progênies de touros de alta e de baixa DEP, independentemente se eram Nelore ou cruzados Angus x Nelore e do sistema de terminação. Ou seja, sob as mesmas condições de criação, do nascimento ao abate, o uso de touros de alta DEP para acabamento levou à melhoria da qualidade de carcaça produzida, contribuindo para o atendimento a critérios de programas de bonificação.

Os números obtidos deixam claro que DEP junto à heterose otimiza os resultados do cruzamento, e que a combinação deve ser usada pelo produtor de gado comercial na aquisição de touros ou de sêmen. Algo que pode ser inferido é que algo similar deve ocorrer se usado para outras características como marmoreio, precocidade sexual, por exemplo.

Foto: Arquivo Embrapa

Cruzamentos para os trópicos

Outro estudo que contou com a participação da Embrapa Gado de Corte, e fez parte da tese de doutorado de Ricardo Fávero, avaliou estratégias de cruzamento utilizando grupos genéticos adaptados ao Clima Tropical para a produção de novilhos precoces. Sob orientação da professora Ivone Mizubuti (UEL) e co-orientação dos doutores Rodrigo Gomes e Gilberto Menezes – Embrapa Gado de Corte, o trabalho avaliou os efeitos de diferentes grupos genéticos maternos e paternos no desempenho, nas características de carcaça e na qualidade da carne de bovinos cruzados.

As avaliações contaram com 173 animais (87 fêmeas e 86 machos castrados) nos períodos de cria e recria. Desses, 123 (60 fêmeas e 63 machos) foram terminados em confinamento. Os animais foram oriundos da inseminação de matrizes Nelore, ½ Angus + ½ Nelore (AN) e ½ Caracu + ½ Nelore (CN) com touros Braford, Canchim e Caracu. Após a desmama, os animais foram mantidos em pastagem de Brachiaria
brizantha cv. Marandu por 12 meses e, depois, terminados em confinamento, sendo abatidos com média de 25 meses e 554 kg de peso corporal.

Com base em aferições de ultrassonografia, escores visuais e amostras de carne, a tese demonstrou que a utilização de matrizes Nelore resulta em animais com maior rendimento de carcaça, porém, com carne não maturada menos macia. Contudo, o processo de maturação de sete dias é o suficiente para desfazer a diferença. Também foi comprovado que o uso de matrizes AN permite maiores níveis de acabamento e distribuição de gordura na carcaça, além de maior marmoreio na carne em relação aos animais oriundos e vacas CN. Os touros Braford apresentaram resultados semelhantes aos touros Canchim e Caracu quanto ao desempenho nas diferentes fases de criação. Entretanto, resultaram em animais com maior acabamento de gordura ao final da terminação. Raças paternas compostas geram melhores resultados do que a raça Caracu, pois touros Canchim produzem animais com carcaças mais pesadas e de maior rendimento, e touros Braford geram animais com melhor deposição de gordura. Entretanto, tal superioridade não ocorre nas características de qualidade da carne.

Orientado pelo professor Edson Ribeiro (UEL) e co-orientado pelos doutores Rodrigo Gomes e Gilberto Menezes, Andrei Neves conduziu tese de doutorado na qual avaliou estratégias de cruzamento aplicadas a sistemas de produção de bovinos de corte a pasto. O estudo avaliou o efeito dos diferentes grupos genéticos maternos e paternos sobre desempenho, características de carcaça e qualidade da carne de bovinos cruzados criados em pastagem tropical.

Foram utilizados 208 animais, sendo 108 fêmeas e 100 machos castrados, avaliados nos períodos pré e pós-desmame. Do total, 194 (104 fêmeas e 90 machos) foram terminados a pasto. Os grupos genéticos
foram oriundos do acasalamento de matrizes Nelore (N), ½ Angus + ½ Nelore (AN) e ½ Caracu + ½ Nelore (CN) com touros das raças Guzerá, Senepol e Caracu. Os animais foram recriados em área de pastagem composta por Brachiaria brizantha cv. Marandu por 12 meses. No período de terminação, as fêmeas foram mantidas nos mesmos piquetes usados no pós-desmame e suplementadas com suplemento proteicoenergético. Já os machos foram terminados em semiconfinamento durante 60 dias.

O abate de machos ocorreu com média de 23 meses e 441 kg de peso corporal; e das fêmeas, com média de 21 meses e 410 kg de peso corporal. De forma geral, observou-se efeito significativo da interação entre o grupo genético materno e paterno para variáveis de peso ao abate, peso de carcaça quente, comprimento de carcaça, profundidade interna e área de olho de lombo (AOL). Não foi observado
efeito do grupo genético materno sobre a maturidade fisiológica, comprimento de carcaça, profundidade interna, profundidade externa, do tórax, marmoreio, AOL, espessura de gordura subcutânea e para todos os componentes de cor.

Dessa forma, o trabalho concluiu que, para as características de qualidade de carne, os grupos genéticos paternos não interferem de forma significativa, mas vacas cruzadas produzem bezerros com melhor desempenho até o desmame. Entretanto, essa vantagem se perde ao longo do período pós-desmame. Outra observação importante é que a utilização de vacas Nelore resulta em carcaças com maior rendimento e acabamento, mas, no entanto, o uso de vacas AN resulta em carne mais macia. Por fim, em termos de desempenho ponderal, do nascimento ao abate e para vacas Nelore e cruzadas, a progênie de touros Guzerá foi superior às das duas outras estudadas.

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Shaira Mayse
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