Apesar de ter sido mais curta, por conta do feriado de segunda-feira, dia quatro, nos EUA, a semana passada foi bastante agitada para a soja em Chicago. O mercado dividiu suas atenções entre o mercado financeiro e os fundamentos macro do complexo de soja.
Em relação ao mercado financeiro, os temores de uma possível recessão ainda são grandes, analisando um horizonte de acúmulo de alta de juros no mundo. Entre os fundamentos macro, o clima no Corn Belt é o principal deles, somado à movimentação de compras, principalmente da China.
Vencimentos julho a US$ 16,35
Além disso, previsões apontam para um tempo mais quente e chuvas abaixo da média nos próximos dias, alimentando incertezas em relação à produção americana. Sendo assim, o contrato de Chicago com vencimento em julho atingiu US$ 16,35 o bushel, somando leve alta de +0,80%.
No dia três, o relatório internacional de condições de lavoura apontou recuo de 2% nas condições boas a excelentes, caindo de 65% na semana anterior para 63% nesta semana.
E com os derivados de soja não foi diferente. O farelo fechou a semana com alta de +4,07%. Já o óleo, mesmo fechando a semana com queda de -2,45%, esboçou reação durante a semana, que vinha sendo marcada por uma queda acima de 10%.
Câmbio
O dólar estava seguindo para mais uma semana alta, porém, na quinta e na sexta, apresentou queda significativa e fechou valendo R$ 5,27 (-0,94%). A queda foi motivada pela criação de mais de 300 mil novas vagas em junho nos EUA, permanecendo a uma taxa de 3,6% de desemprego, de acordo com o relatório.
Contudo, o cenário interno não consegue comportar a manutenção dessa queda por muito tempo, principalmente se houver a aprovação da proposta com gastos bilionários pelo Senado.
Caso isso ocorra, poderá haver elevação dos riscos fiscais do Brasil. A leve alta de Chicago, somada à queda do dólar, fez com que o mercado brasileiro apresentasse desvalorização nos preços em relação à semana anterior.
O que esperar na semana?
Esta semana promete também ser bem agitada em Chicago, principalmente por conta da divulgação neste dia 12 do relatório de oferta e demanda mundial (WASDE). Os temores de uma recessão econômica ainda permanecem, provocando cautela no mercado financeiro em geral.
As previsões climáticas apontam para uma semana com chuvas mal distribuídas e altas temperaturas. O dólar poderá retomar sua tendência de alta, ainda pressionado pelas preocupações com a possível recessão mundial e riscos fiscais no Brasil. Caso o relatório venha sem surpresas, a semana poderá ser marcada pela alta dos preços no Brasil em relação à semana anterior.
Fonte: Grão Direto