Em nota, a Associação dos Criadores de Mato Grosso (ACRIMAT) vem a público manifestar preocupação quanto à pressão de baixa exercida pelos frigoríficos na arroba do boi gordo no MT, o que vem abalando de sobremaneira a pecuária local.
As queixas envolvem, em especial, a JBS, pela influência do grupo na região detentora do maior rebanho bovino do Brasil. A empresa deu férias coletivas para as unidades de Pontes e Lacerda, Colíder e Alta Floresta.
Coincidentemente, são plantas sem habilitação para exportar carne bovina para a China.
Diferente de outros anos, a seca chegou de forma menos severa na região, com a oferta de gado também sendo favorecida pela inversão do ciclo pecuário. Por outro lado, o poder de compra do brasileiro segue enfraquecido.
“Sabemos da situação econômica pela qual passa a população brasileira, com perda de poder aquisitivo, mas acreditamos que muitas ações podem ser realizadas, inclusive, pelo Governo de Mato Grosso, por meio da redução temporária das alíquotas do ICMS”, escreve Oswaldo Pereira Ribeiro Junior, diretor-presidente da Acrimat.
Escalas derrubam arroba do boi gordo no MT
Segundo o diretor-presidente da Acrimat, os frigoríficos estão alongando as escalas com frequência, determinando férias coletivas e até o fechamento de plantas, sendo várias delas únicas em suas regiões.
“Essa situação tem promovido transtornos e prejuízos incalculáveis aos produtores, principalmente os registrados nos últimos dias, quando, coincidentemente, os frigoríficos promoveram quase que simultaneamente a extensão de suas escalas de abate, baixando os valores da arroba do boi”, protesta Oswaldo.
De acordo com reportagem publicada no Valor Econômico, na indústria de carne bovina, as férias coletivas são um instrumento comum para regular a oferta e demanda regional, controlando preços. Procurada, a JBS não respondeu ao jornal.
Preços descendo e custos subindo
Em média, a mais recente queda da arroba do boi gordo MT foi de 4%. Com base nas cotações da Scot Consultoria de hoje (11/08/2022), considerando pagamento à vista e sem o desconto do Funrural, no norte do MT o preço caiu 4,74%, ficando em R$ 279,50.
No sudoeste do estado, a cotação é de R$ 281,50 (-4,06%), enquanto em Cuiabá e sudeste do MT decresceram 3,38%, achatando os preços para R$ 283,50.
Por outro lado, o aumento dos custos de produção não dão folga e já acumulam alta superior a 12% no ano, que já antecedem múltiplas altas consecutivas
Veja o comportamento da arroba do Boi Gordo em todo o Brasil no mês de julho na coluna Mercado, da Revista AG.