Geralmente, quando o confinador se refere a indicadores de produção, a análise é feita de forma coletiva, ponderada por uma média, seja de um lote de abate, safra, etc. São raros os casos em que a avaliação é feita de forma individual. Muitas vezes faltam ferramentas.
Esta gestão “a distância” pode encobrir contrastes do setor pecuário. “É preciso colocar a lupa sobre cada um dos aspectos produtivos; assim como à noite todos os gatos são pardos, as conhecidas médias acobertam enormes ineficiências”, afirma o diretor técnico da Cia de Melhoramento, em artigo exclusivo, produzido para a seção “O Confinador”, da Revista AG.
Neste sentido, seria interessante o exercício de analisar resultados reais de rebanhos que possuem avaliação genética e quais os resultados são observados ao abate, depois de um determinado período de confinamento.
Em trabalhos realizados dentro do programa, por meio de uma análise individual, foi possível comprovar que a vantagem produtiva de animais superiores já se estabelece antes mesmo do confinamento.
Ou seja, os animais destacados para o índice de seleção chegam mais pesados na entrada do confinamento, na proporção de 1,06 kg de peso vivo para cada 1 ponto de ICIAgen. Esse é o índice que ranqueia os touros dentro do programa de avaliação genética da Cia de Melhoramento.
“Isso representa uma vantagem produtiva para o confinador, sobretudo econômica, com impacto direto na margem da operação, pois a arroba construída a pasto, no período pré-terminação, é sensivelmente mais barata”, aponta o especialista.
Contudo, o peso de entrada não necessariamente explica o peso de carcaça quente (PQC), que, em última instância, é a característica mais correlacionada com o faturamento do produtor, pois o rendimento de carcaça tem grande influência no resultado final da operação.
Em um mesmo lote de abate, por exemplo, uma análise individual possibilitou identificar animais com rendimento de carcaça de 52% a valores acima de 58%, parâmetros que poderiam apontar reprodutores expoentes nesta característica, mas que seriam perdidos ao considerar apenas a média do lote.
Mas é importante frisar que a avaliação de um sistema de produção não deve se restringir aos aspectos frigoríficos, existem outras características igualmente ou mais relevantes à manutenção da eficiência do sistema produtivo, como precocidade sexual ou fertilidade e a adaptabilidade das matrizes ao ambiente de produção.