De acordo com a análise de mercado da Grão Direto, a maior plataforma de comercialização digital de grãos da América Latina, a semana passada foi caracterizada por altas significativas em Chicago para a soja.
O contrato com vencimento em setembro/2022 fechou a semana valendo US$ 16,09 o bushel (+7,99%) e o contrato com vencimento em março/2023 com alta de +3,75%, sendo cotado a US$ 14,68.
O clima contrariou as previsões iniciais, trazendo mais uma semana com chuvas localizadas e com pouco volume. O último Relatório de Condições de Lavouras, divulgado no dia 22, trouxe uma piora de 1% nas condições de lavouras boas a excelentes, saindo de 58% para 57%, e indo contra a expectativa de melhora que o mercado aguardava.
A semana também foi marcada pelo retorno da China às compras, que ocorreu de forma mais significativa. De acordo com os reportes do USDA, o país asiático negociou volumes acima de 600 mil toneladas de soja americana.
Acredita-se que essas compras já estejam suprindo as demandas de setembro e outubro, devido à pausa de semanas atrás.
Além disso, ocorreu o Pro Farmer Crop Tour, projeto que traz informações por meio de amostragens no campo sobre os prováveis rendimentos de milho e soja, nos níveis estaduais e regionais.
Para a soja, são esperadas 123,42 milhões de toneladas e rendimento médio de 57,94 sacas por hectare. Em Illinois, maior estado produtor de soja dos EUA, foi registrada contagem de vagens 2,4% menor que no ano passado, apesar de estar 6,4% maior que a média dos últimos três anos.
Já no Nebraska, houve a maior diminuição dentre os estados, apresentando queda de 13,3% no número de vagens, em relação a 2021, e queda de 14,6% na média dos últimos três anos.
Dólar em queda
O dólar teve uma semana de queda, e fechou a semana a R$ 5,08 (-1,74%). Nesse contexto, o foco segue na crise energética na Europa e nas expectativas de mais uma alta de 0,75% nas taxas de juros dos Estados Unidos.
Essa cogitação fortaleceu-se, principalmente, após o discurso do presidente do Banco Central em um simpósio, na cidade de Jackson Hole, no estado do Wyoming.
Além disso, no Brasil, o fluxo de entrada de capital estrangeiro continua sendo muito positivo, pressionando a moeda americana frente ao real.
A queda do dólar, mesmo que em menor proporção, acabou anulando a alta de Chicago, provocando estabilidade de preços no mercado, em relação à semana anterior.
Clima tem a atenção
Para esta semana, de acordo com a Grão Direto, o mercado deve continuar digerindo os números do Crop Tour. Porém, o clima continua sendo o principal fator de atenção do mercado.
De acordo com o Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA), as previsões climáticas apontam para uma semana com chuvas mal distribuídas no meio-oeste americano, principalmente no norte da Dakota do Norte e em toda Minnesota. Isso poderá provocar valorização em Chicago.
Movimentos de compras, principalmente da China, também poderão continuar influenciando o mercado.
O dólar poderá ter uma semana de continuidade em queda, pressionado pelo fluxo de entrada de capital estrangeiro no país. Com dólar em queda e Chicago em alta, a semana poderá tender à estabilidade nas cotações brasileiras.
Fonte: Grão Direto