Iniciativa que apoia produtores na intensificação de práticas conservacionistas para ampliar produtividade e sequestro de carbono no solo terá novos parceiros no Brasil
Os agricultores participantes do programa PRO Carbono, da Bayer, presentes em mais de 650 municípios de 16 estados brasileiros, alcançaram uma pegada média de carbono de 783 kg CO2 eq por tonelada de soja na safra 2021/2022. O número representa uma redução de até 80% comparado à média das principais bases de dados internacionais e foi apresentado aos agricultores do Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (22), durante o evento Conexão PRO Carbono, em Passo Fundo (RS).

A pegada de carbono do estudo, constatado pelos pesquisadores Marcelo Morandi e Marília Folegatti, da Embrapa Meio Ambiente, foi estimada pela técnica de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV), partindo do levantamento de dados e descrições detalhadas dos processos produtivos das fazendas participantes do programa. “Os resultados que vimos até o momento são animadores e indicam que temos um caminho promissor junto aos agricultores e parceiros dispostos a contribuir para posicionar a agricultura como parte da solução dos desafios climáticos”, ressalta Fábio Passos, líder do Negócio de Carbono da Bayer para a América Latina.
No PRO Carbono é feito um trabalho para ampliar a produtividade no campo e o sequestro de carbono no solo, por meio da intensificação de práticas conservacionistas. Em contrapartida, os agricultores que fazem parte podem usufruir de benefícios como: análise de fertilidade e estoque de carbono no solo, diagnóstico socioambiental das propriedades, acesso a conteúdos e profissionais referência no tema e suporte de uma consultoria técnica para implementação de manejos sustentáveis.
“O Rio Grande do Sul é um dos estados mais importantes neste cenário, não só pela importância para a produção de grãos, mas a região já se destaca pela adoção de boas práticas no campo e tem uma oportunidade enorme de, cada vez mais, ser protagonista no cenário global de economia de baixo carbono na agricultura”, diz Passos. Um dos exemplos é o caso de Verônica Bertagnolli, à frente da Sementes Butiá, na região de Coxilha, próximo a Passo Fundo. O grupo, que participa do programa desde 2020, atua na produção de sementes com cerca de 300 mil sacas de soja e 150 mil de trigo por ano.
“Estamos muito otimistas com o PRO Carbono, por meio dele, vamos conseguir mensurar o trabalho que já é feito no campo em sustentabilidade há muito tempo”, comenta Verônica. “Há mais de 30 anos, nós fazemos o plantio direto na palha em 100% das nossas áreas com a rotação de culturas para preservar o solo. Hoje, nós temos este manejo com plantio de cobertura nas áreas de inverno — com milheto, capim italiano, Suldão —, soja em rotação com milho e trigo em rotação com aveia”, reforça.
O PRO Carbono é um programa parte da iniciativa Carbono Bayer que está presente em 10 países e conta com mais de 2.600 produtores que juntos já sequestraram 500.000 toneladas de carbono no solo. Com a iniciativa, a companhia espera contribuir globalmente para que os agricultores tenham conhecimento cada vez maior dos resultados da intensificação de práticas sustentáveis adotadas e possam usufruir de diferentes benefícios.
Novos parceiros e soluções
“Nós da Bayer, junto com pesquisadores, universidades, startups e a Embrapa, trabalhamos para impulsionar a sustentabilidade e produtividade para os agricultores, que contam ainda com acesso a serviços e benefícios específicos do programa. A ideia é que adotem cada vez mais práticas agrícolas inteligentes em relação ao clima e, no futuro, possam ser recompensados não apenas pelo que e quanto produzem, mas também pela forma como produzem”, diz o executivo da Bayer.
A iniciativa terá novos parceiros: a Barenbrug, empresa dedicada ao melhoramento genético, à produção e tratamento de sementes forrageiras, a consultoria que pode auxiliar na melhor estruturação da governança do negócio, Safras & Cifras, e a Raix, empresa que trabalha com diferentes linhas de mix de plantas de cobertura. Os participantes terão condições especiais para aquisição de mix de plantas de cobertura, sementes forrageiras com tratamento bionematicida e desconto na contratação de consultoria de governança.
As novidades se somam ao apoio do Itaú BBA, que está comprometido a entregar soluções de financiamento aos clientes do PRO Carbono, e ao acesso a benefícios para auxiliar na adoção de práticas de manejo sustentáveis, entre eles condições comerciais exclusivas oferecidas pela Mosaic Fertilizantes para o talhão participante do programa.
Entre os diferenciais que estarão disponíveis para apoiar os agricultores dentro do programa PRO Carbono nos próximos meses, está a Calculadora de Carbono (CTOOL), elaborada para auxiliar consultores e produtores rurais no planejamento do manejo com a intensificação de boas práticas agrícolas que ajudam no acúmulo de carbono no solo. A ferramenta auxiliará na coleta de dados e a estimar a quantidade de carbono que pode ser sequestrada na área, permitindo aos agricultores a adoção de estratégias mais eficazes para a intensificação de práticas sustentáveis em suas áreas, como o plantio direto, rotação de diferentes culturas e cultivos de cobertura.
“Um dos principais desafios para a entrada do agronegócio no mercado de carbono é a criação de um protocolo de mensuração de carbono em solo viável do ponto de vista financeiro e reconhecido por entidades internacionais no qual a Bayer, Embrapa e acadêmicos estão trabalhando juntos e avançando em uma modelagem preditiva para a agricultura tropical”, finaliza Passos.
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