O mercado brasileiro de arroz encerrou a segunda semana de novembro com preços firmes.
Conforme o analista e consultor de Safras & Mercado Evandro Oliveira, a boa demanda interna e externa garante sustentação às cotações.
A menor oferta por parte do produtor, que está mais retraído, também influencia positivamente.
Evandro Oliveira, analista e consultor de Safras & Mercado
Outro fator de suporte aos preços é o novo patamar do dólar. A moeda ganhou força na semana, mesmo com a correção da sexta-feira.
Ao final desta manhã, estava acima de R$ 5,30, o que deve facilitar os negócios de exportação.
“Sempre que o dólar passa de R$ 5,20, os traders dizem que já é interessante exportar”, lembra o analista.
No Rio Grande do Sul, principal referencial, a saca de 50 quilos em casca encerrou a quinta com média de R$ 80,59, alta semanal de 1,16%.
Nos últimos 30 dias, a elevação é de 3,92%. Na comparação com o mesmo momento de 2021, o avanço chega a 23,57%.
Menos área 2022/23
O arroz vai perder novamente área para culturas mais rentáveis na safra 2022/23. “Principalmente para a soja e para o milho”, previu Evandro Oliveira, durante o 3º Safras Agri Week, evento realizado na semana passada.
Segundo a última estimativa de Safras & Mercado, a deve recuar 4,1%. Ou para 1,616 milhão de hectares na temporada 2022/23.
Na safra anterior, foi 1,684 milhão de hectares.
A produtividade média deve ter uma recuperação.
“Mesmo com a atuação do La Niña, os rendimentos no Rio Grade do Sul e em Santa Catarina devem melhorar”, explica o consultor.
A média gaúcha pode subir de 8.053 quilos para 8.250 quilos por hectare. Em Santa Catarina, deve avançar de 8.480 quilos para 8.565 quilos por hectare.
Neste contexto, a redução na produção será menos intensa que da área.
A safra 2022/23 está estimada em 10,684 milhões de toneladas. Uma queda de 2,7% sobre as 10,977 milhões de toneladas de 2021/22.
As exportações estão em bom ritmo. As vendas externas para o ano comercial 2023/24 estão estimadas em 1,6 milhão de toneladas, ante 1,316 milhão para 2022/23.
As importações são previstas em 1,187 milhão de toneladas no ano comercial 23/24, ante 928 mil toneladas em 2022/23.
Fonte: Safras & Mercado