Coluna Brasil de A a Z, escrita pelo zootecnista, mestre e doutor em Produção Animal, jurado de pista de Angus a Zebue proprietário da Brasil com Z – Zootecnia Tropical, William Koury Filho.
Porém, se touro não deve ser considerado custo, mas, sim, investimento – e não é de curto prazo –, em momentos de baixa é que devemos investir para colher os resultados
William Koury Filho
Prezados leitores, novembro tem sido o mês da ressaca – provocada pela instabilidade política que vive o país. Caso confirmado que o pleito foi justo, o resultado das eleições deve ser respeitado, porém a desconfiança de fraude dá margem para indignação de uma grande parte da população brasileira que clama por transparência – e que não está disposta a aceitar de braços cruzados um resultado duvidoso. Esperamos que o bom senso prevaleça e que a justiça seja feita para uma democracia que pressupõe a independência entre os poderes legislativo, executivo e judiciário. Para frente, Brasil!
Na pecuária, o cenário também é desafiador. Em ciclo de baixa, o bezerro segue desvalorizado e com baixa liquidez se comparado aos últimos dois anos, contradizendo as exportações de carne bovina com receita de US$ 1,225 bilhão em outubro. As vendas externas de carne bovina, no mês passado, alcançaram resultado 126% maior em relação ao mesmo período em 2021 (US$ 541,6 milhões). Os embarques brasileiros de carne bovina in natura, em outubro de 2022, somaram 188,5 mil toneladas exportadas, ante resultado de 82,1 mil toneladas registrado em igual mês do ano passado, informou a Secretaria de Comércio do Exterior (Secex)
Na mesma toada do bezerro e do boi, o mercado de reprodutores segue morno. Após resultado das eleições, muitos pecuaristas tiraram o pé do acelerador. Porém, se touro não deve ser considerado custo, mas, sim, investimento – e não é de curto prazo –, em momentos de baixa é que devemos investir para colher os resultados na virada de mercado e obter mais lucro. Importante frisar que, se não dominamos os preços além da porteira, como produtores nos resta sermos eficientes da porteira para dentro. O ideal é investir de maneira correta em reprodutores, colher bezerros mais pesados e mais homogêneos, considerado o ganho no curto prazo, obter o ganho em médio prazo em bois mais precoces e o ganho cumulativo no longo prazo pela reposição de fêmeas, garantindo a evolução do rebanho em eficiência e produtividade.
“Você não pode mudar o vento, mas pode ajustar as velas do barco para chegar aonde quer” – sentenciou Confúcio.
Planejamento, resiliência e definição clara de onde se quer chegar são fundamentais para alcançar objetivos em uma atividade de ciclo longo como a pecuária. Para quem está na cria ou na pecuária seletiva, o conceito fica ainda mais importante, porque a seleção deve ser eficiente em cada safra para que o rebanho siga evoluindo em um processo dinâmico e contínuo. Sempre podemos melhorar!
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Nesse panorama conturbado, pudemos observar que as marcas que fazem a lição de casa comunicam-se bem, entregam qualidade diferenciada e seguem comercializando com liquidez e melhor valorização em relação ao mercado. Quando o mercado está em alta, nossas atribuições impedem-nos, muitas vezes, de cuidarmos melhor do nosso produto no que se refere à mensagem institucional.
Em um ano que começou ainda na pandemia e que termina num cenário nebuloso, é importante seguirmos firmes na missão de suprir o mundo de alimento e, além de torcer por mudanças significativas, sermos presentes e representativos para que qualquer governo não nos atrapalhe! Afinal, como pontuei no título desse artigo por meio das palavras de Petrarca: “Mar calmo nunca fez bom marinheiro”. Estamos num momento de surgimento de mais líderes competentes e embalados pelo senso de patriotismo despertado nos brasileiros nesses últimos anos. E, por falar em patriotismo: para frente, Brasil! Salve a seleção!
Muito bom estarmos juntos mais um ano. Desejo a todos um Feliz Natal e o melhor ano que pudermos entregar!
Viva a vida! Firme o corpo e vamos que vamos!
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