A semana passada foi marcada por leves oscilações em Chicago.
O mercado foi afetado pelo clima na América do Sul.
E pela questão financeira, visto as preocupações de uma possível recessão global.
O contrato com vencimento em janeiro/2023 finalizou a sexta-feira valendo US$ 14,79 o bushel (-0,20 %).
E o contrato março/2023 foi a US$ 14,83/bushel (-0,20%).
O início da semana foi alterado pela melhora pontual do clima na Argentina.

Pois ocorreram chuvas inesperadas durante o fim de semana. Isso pressionou as cotações da soja e seus derivados em Chicago.
Porém, essas condições não permaneceram.
E reacenderam o alerta de uma possível quebra de safra no país argentino.
O plantio da safra 2022/23 no país ainda continua bastante atrasado.
De acordo com a Bolsa de Cereales de Buenos Aires (BCBA), o país atingiu 50,6% da área plantada.
Contra 64,8% do mesmo período do ano passado.
O plantio continua ameaçado pela falta de água e pelas altas temperaturas que se mantêm desde novembro.
Além disso, há bastante desigualdade na emergência da soja semeada.
Isso gera incertezas sobre o seu desenvolvimento satisfatório.
Plantio brasileiro quase no final
No Brasil, o plantio chegou bem próximo da conclusão,
Atingiu 95,9% em nível nacional, de acordo com a Conab, no dia 12.

No geral, as lavouras se encontram com condições satisfatórias de desenvolvimento.
A exceção é o Rio Grande do Sul, que apresenta baixa reserva hídrica no solo.
Esta realidade prejudica a soja que já foi semeada.
O cenário é típico da manifestação do fenômeno “La Niña”, que provoca escassez de chuvas no sul da América do Sul.
Exportações americanas
Em relação às exportações americanas, os números são bastante positivos.
De acordo com o USDA, as vendas efetivas da temporada 2022/23 foram de 2,9 milhões de toneladas, na semana encerrada em 8 de dezembro.
A estimativa do mercado era entre 1,5 milhão e 2 milhões de toneladas.
Esses números começam a mostrar que a demanda pode estar começando a se aquecer.
Principalmente por parte China, que se encontra com estoques em níveis abaixo da média.
Câmbio em oscilação
A moeda americana na semana passada teve muita oscilação.
E fechou a sexta-feira cotada a R$ 5,29 (+0,76%).
No cenário internacional, o banco central dos EUA aumentou em 0,50 ponto percentual a taxa de juros do país.
O aumento já era esperado, porém, o discurso do seu principal representante, dizendo que as taxas poderão continuar altas por mais tempo, trouxe muita aversão ao risco no mercado.
E reforçou a possibilidade de uma recessão econômica.
Cotações no Brasil
Com a queda de Chicago e alta do dólar, as cotações da soja brasileira se mantiveram estáveis com leves quedas, em relação à semana anterior.
E nesta semana o clima na América do Sul vai continuar sendo um fator muito importante diante da evolução do plantio.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) projeta chuvas volumosas para todo o Brasil.
Com exceção do nordeste e sul, afetando principalmente o Rio Grande do Sul.
As precipitações continuarão abaixo da média no cinturão produtor da Argentina.
E manterá a preocupação com a evolução do plantio e desenvolvimento das lavouras.
Esse cenário mantém as cotações de Chicago pressionadas do complexo soja (farelo e óleo).
A confirmação do retorno da China às compras será refletida nos dados de exportações americanas desta semana.
Os números poderão vir acima da expectativa do mercado novamente.
Isso será observado com atenção, podendo refletir em um movimento de alta em Chicago.
O movimento de valorização da moeda americana no mercado internacional deve continuar.
Isso ocorre diante da expectativa de que as taxas de juros americanas poderão se manter altas por mais tempo, atraindo capital para os Estados Unidos.
O cenário interno continua indefinido, com movimentações políticas que causam incertezas ao mercado.
Caso esse cenário se confirme, a semana poderá ser marcada por valorizações nas cotações brasileiras, em relação à semana anterior.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br
Leia também: