O milho, inclusive o destinado à silagem, e a soja são as culturas mais afetadas pela estiagem no RS.
É o que aponta o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar,
Houve um rápido avanço na colheita do milho, que alcançou 27% da área cultivada.
A cultura para silagem atingiu 50% da área colhida.
Mas muitas lavouras destinadas à produção de grãos estão sendo utilizadas alternativamente para aumentar o volume do alimento e minimizar prejuízos.
Já na soja, o índice de plantio se manteve em 98%.
A cultura evolui rapidamente para o estádio reprodutivo.
Tem 31% da área em floração e 9% em enchimento de grãos, onde a sensibilidade ao estresse hídrico aumenta consideravelmente.
Na cultura do milho, foi realizada nova avaliação dos efeitos da estiagem.
A estimativa de produtividade manteve-se na região de Caxias do Sul.
Há perdas na região de Porto Alegre. Aumentam nas regiões de Erechim, Ijuí, Lajeado, Passo Fundo, Pelotas e Santa Rosa.
E são graves nas de Bagé, Frederico Westphalen e Santa Maria.
Em todo o estado, 56.773 produtores foram atingidos.
Nas regiões mais afetadas, houve abandono de lavouras de milho, liberando-as para o consumo dos animais.
Os produtores que financiaram o cultivo aguardaram a anuência dos peritos para o aproveitamento da massa verde na forma de silagem.
As lavouras irrigadas apresentam potencial satisfatório, embora também sofram efeitos adversos das altas temperaturas e das elevadas taxas de evapotranspiração, que excedem a capacidade de reposição de água pela irrigação.
Com a evolução da colheita do milho silagem, as perdas causadas pela estiagem foram confirmadas.
Os danos são maiores nas regiões administrativas da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, Ijuí e Santa Maria.
E são intermediárias nas regiões de Bagé, Erechim, Pelotas e Santa Rosa.
A redução é um pouco menor nas de Lajeado, Passo Fundo, Porto Alegre e Soledade.
Os menores efeitos da estiagem estão localizados na de Caxias do Sul. Em todo o estado, 18.523 produtores foram afetados.
Além da redução de volume, a silagem deverá apresentar redução na qualidade.
É que a massa vegetal ensilada apresenta colmos e folhas menos verdes e mais fibrosas, além de menor proporção de grãos em relação ao volume total.
Soja, diferenças de perdas
Já as lavouras de soja, devido às chuvas mal distribuídas e de volumes muito variáveis entre as regiões do estado e dentro do mesmo município, estão díspares.
Apesar das precipitações irregulares, houve um agravamento na estiagem em parte do estado.
Foram atnfgidos 35.354 produtores do grão.
A zona mais afetada na redução da produtividade compreende as regiões administrativas da Emater/RS-Ascar de Santa Maria e Santa Rosa.
O decréscimo é intermediário nas de Bagé, Frederico Westphalen, Ijuí, Lajeado e Pelotas.
E as perdas são menores nas de Erechim, Soledade, Caxias do Sul, Passo Fundo e Porto Alegre.
Outras culturas
Entre os cultivos de verão, o arroz é o menos afetado pela estiagem, seguido pelo feijão.
O arroz apresentou um avanço no número de lavouras em fases reprodutivas.
E 42% estão nas fases de floração e enchimento de grãos.
A cultura apresenta dois cenários completamente distintos.
O primeiro, referente à maior parte das lavouras, é de adequada disponibilidade de água e onde o potencial produtivo se manteve elevado, favorecido pelas condições climáticas, coincidentes com a fase reprodutiva.
O segundo cenário é composto por um menor número de lavouras, que apresentam problemas de falta de água.
Neste, a irrigação é realizada com menor eficiência, podendo chegar ao ponto de abandono de alguns talhões em casos extremos.
Já o cultivo do feijão primeira safra na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, que possui a maior área cultivada no estado, apresenta desenvolvimento normal.
Nas demais regiões, as perdas variam de 10% a 45%, tendo como região mais afetada a de Pelotas.
O número de produtores atingidos no estado é de 9.366.
Fonte: Emater/RS-Ascar