A Coamo Agroindustrial Cooperativa, sediada em Campo Mourão/PR, teve uma receita global de R$ 28,1 bilhões em 2022.
O valor representa crescimento de 14,1% em relação a 2021.
A sobra líquida atingiu o montante de R$ 2,258 bilhões, um incremento de 23,1% em relação ao ano anterior.
Deste valor, após a dedução estatutária, estão sendo distribuídos R$ 705,7 milhões aos mais de 30,7 mil cooperados no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
Os números do exercício 2022 foram aprovados pelo quadro social em Assembleia Geral Ordinária com a presença de autoridades, entre elas o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken.

As sobras serão distribuídas de acordo com a movimentação de cada cooperado.
Serão devolvidos R$ 4 para cada saca de soja entrega na Coamo, R$ 1,80 para o milho, R$ 1,80 para o trigo, R$ 1 para a aveia, R$ 3,33 para o café em coco, R$ 10 para o café beneficiado e 4,10% para os insumos adquiridos na cooperativa durante 2022.
Aumento dos preços das commodities
O crescimento das receitas da Coamo foi proporcionado pelo aumento dos preços das commodities agrícolas, dos volumes de vendas da linha alimentícia e do fornecimento de bens de produção.
O ano foi muito bom para a Coamo em termos de faturamento. Mas, será lembrado, também, pelos problemas climáticos na safra de verão e de trigo.
Segundo o presidente do Conselho de Administração da Coamo, José Aroldo Gallassini, a comercialização da soja foi lenta, o que surpreendeu para uma safra com quebra de 47%.
“Isso demonstra que a situação econômica dos cooperados era confortável, mesmo na adversidade”, diz.
Ele acrescenta que um dos desafios foi a logística, pois os armazéns permanecem ocupados diante de uma nova safra, cuja comercialização continua lenta no início de 2023, com baixos volumes de produtos negociados de forma antecipada.
A comercialização do milho seguiu o mesmo ritmo da soja com bastante lentidão, muito em função dos baixos volumes comercializados de forma antecipada.
“Depois da colheita da segunda safra a comercialização até que ganhou fôlego, mas ainda restaram grandes volumes a comercializar”, frisa Gallassini.
O desafio dos insumos
O fornecimento de insumos foi outro desafio, já que fatores externos como a guerra entre Rússia e Ucrânia, influenciaram diretamente nos negócios, em especial nos fertilizantes e alguns herbicidas para manejo e dessecação.
Parte dos fornecedores são abastecidos por fertilizantes russos, e assim iniciaram os impactos da falta de matéria-prima, incertezas no abastecimento no Brasil e, consequentemente, uma incerteza em nosso suprimento além do aumento dos custos de produção.
José Aroldo Gallassini, presidente do Conselho de Administração da Coamo
Em 2022, a Coamo recebeu 7,470 milhões de toneladas nas suas 114 unidades de Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
O volume representa 2,8% da produção brasileira de grãos.
Logística ampliada
A Coamo tem investido em diversas soluções, inovações e modernização da sua infraestrutura logística. Foram construídos novos entrepostos, armazéns de insumos, implantado softwares para gestão dos armazéns e aquisição de torres verticais automatizadas para estocagem de peças em geral e produtos veterinários.
Industrialização
Na busca constante de agregar mais valor à produção dos cooperados e melhor remuneração aos produtos, em 2022 a cooperativa continuou com a implantação de novas indústrias, novas tecnologias e métodos inovadores de industrialização.
As indústrias de processamento de soja em Campo Mourão, Dourados e Paranaguá, compreendendo esmagamento, refinaria, hidrogenação, fábricas de gorduras vegetais e margarinas, processaram 2,708 milhões de toneladas de soja, representando um aumento de 3,6%, em relação ao ano anterior.
A torrefação e moagem de café, produziu 2,820 mil toneladas de café torrado e moído; os moinhos de trigo de Campo Mourão e Mamborê produziram 210,025 mil toneladas de farinhas e farelo de trigo, e a fiação de algodão produziu 3,142 mil toneladas de fios.
Commodities, alimentos e exportações
Em termos de preço o ano foi bom para as commodities agrícolas, principalmente para a soja, que iniciou o ano de 2022 em R$ 162 a saca.
E alcançou rapidamente o recorde de R$ 200 em plena colheita, recuando depois para níveis próximos dos iniciais.
Ou seja, o ano terminou como começou.
No entanto, em relação a 2021, houve um aumento expressivo de 38% no preço médio de fixação.
Na média do ano, o milho foi comercializado com aumento de 7% em relação a 2021 e o trigo com 8% de aumento.
A linha de produtos alimentícios da Coamo teve um crescimento de 22,1% na receita.
Destaca-se a conquista da liderança de farinhas para consumo doméstico no Paraná, e o grande crescimento no volume de vendas das margarinas, principalmente da linha Dualis.
Menos embarques
Em 2022 a Coamo exportou o montante de 2,107 milhões de toneladas de produtos.
Uma redução de 43% em relação ao ano anterior, reflexo, principalmente, da quebra da safra de soja e o ritmo lento de fixação da produção pelos cooperados.
E o faturamento atingiu o montante de US$ 1,183 bilhão, representando uma redução de 14,5% em relação ao ano de 2021.
Só não foi maior a diferença visto o aumento dos preços dos produtos, principalmente da soja.
As exportações da Coamo foram destinadas para 30 países da Europa, América, Ásia e África.
Os embarques foram realizados pelos Portos de Paranaguá no Estado do Paraná, e São Francisco do Sul no Estado de Santa Catarina.
Investimentos
“A Coamo está onde o cooperado está e tem o propósito de ajudá-lo a crescer e progredir com foco em agregar valor às suas atividades”, afirma o presidente Executivo da Coamo, Airton Galinari.

Segundo informa o diretor, estão em conclusão no Mato Grosso do Sul, os novos entrepostos de Rio Brilhante e Ponta Porã.
No ano passado foi adquirida e já está em funcionamento uma unidade de recebimento de produtos em São Gabriel do Oeste. Antes, em 2021 a Coamo adquiriu a unidade de recebimento de Bandeirantes no Mato Grosso do Sul, que também foi transformada em entreposto e está sendo ampliada.
Os investimentos totalizaram R$ 1,279 bilhão.
Destacam-se, além dos entrepostos no Mato Grosso do Sul, a construção de novas instalações em Campo Mourão para o novo entreposto e uma fábrica de ração que entrará em funcionamento em 2023, aquisições de áreas rurais para reflorestamento e implantação de uma Fazenda Experimental em Dourados/MS.
Foram realizadas também melhorias em praticamente todas as unidades visando o melhor atendimento e agilidade no recebimento das safras do quadro social.
Cooperados e funcionários
A Coamo encerrou o ano com 30.738 cooperados.
E devolveu R$ 19,177 milhões de Capital Social para os cooperados que completaram mais de 65 anos de idade e 15 anos de filiação.
O ano encerrou com 8.951 funcionários efetivos, dos quais 1.444 foram promovidos internamente.
E também uma média mensal de 1.427 funcionários temporários e terceirizados.
Fonte: Coamo