As formas mais conhecidas para intensificar manejo de pastagem são o método de lotação rotativa ou intermitente e o método em lotação contínua, que representam a forma como os animais são alocados na pastagem.
No pastejo contínuo, os animais permanecem em toda a área de pastejo durante o ano e a taxa de lotação pode variar ou não, em função do manejo e da produção forrageira. Esta escolha requer menor investimento com cercas e bebedouros, além de apresentar manejo mais flexível em relação ao pastejo rotativo. “Na lotação contínua, os pastos são manejados em um intervalo de altura em amplitude maior sem sair do pastejo adequado”, define Marina Lima, doutora em Zootecnia e técnica de Sementes no Oeste Paulista.
“Intensificar não envolve, necessariamente, maior investimento inicial. Um pecuarista pode fazer aos poucos, com ajuste da oferta de forragem, ou mesmo com a escolha de forrageiras mais produtivas e mudando a forma de manejar o pasto”, destaca a especialista.
Pastejo Rotacionado
A pastagem é dividida em piquetes, onde os animais ficam por um determinado período de tempo. O descanso permite que o capim rebrote livremente: “Nesse método, em geral, utilizam-se maiores doses de fertilizantes, especialmente nitrogenados, para elevar a taxa de crescimento das plantas e, consequentemente, a produção de forragem e a capacidade de suporte”, pontua a profissional.
Há um desafio nesse método que é o de, algumas vezes, a produção de forragem exceder ao número de animais disponíveis. Quando isso ocorre, o maior crescimento do pasto passa a ser um problema em vez de uma solução, chegando a ser pastejado com mais altura que a recomendada e fora do momento certo, acarretando em perda de qualidade, maior quantidade de forragem morta, talo e baixa proporção de folhas. O desempenho dos animais reduz e o problema pode se agravar a cada ciclo de pastejo.
A recomendação da doutora em Zootecnia, é adotar o período de descanso dos pastos compatível com o crescimento e desenvolvimento das plantas. “Portanto, o manejo das forrageiras não pode ser feito com base em dias fixos de descanso, e sim, com base na altura média do pasto, havendo para cada cultivar forrageira com uma altura de entrada recomendada. “Essa altura de entrada está relacionada ao ponto em que cada forrageira intercepta cerca de 95% da luz incidente, sendo este o ponto em que o pasto apresenta maior produção de folhas em relação a talos e forragem morta, consequentemente, maior oferta de folhas e melhor valor nutritivo”, revela.
Outra orientação importante, conforme a profissional, é o uso da régua de manejo para conhecer a altura ideal de pastejo conforme a cultivar de capim. Sem a régua, o pecuarista pode ainda pintar as alturas recomendadas em mourões ou estacas espalhadas no piquete para verificar se o pasto está com altura próxima da ideal, seja de entrada ou saída dos animais.
Espécie forrageira
Hoje, há muitas opções de forrageiras indicadas para o manejo intensivo das pastagens e que atende a diferentes perfis de pecuaristas. No entanto, o produtor deve estar atento aos capins mais exigentes em fertilidade de solo e manejo, como os do gênero Panicum maximum. Marina orienta que o pecuarista realize também uma análise cuidadosa das condições climáticas da região, solo, topografia, finalidade de uso e condição de investimento para que a pastagem seja produtiva e persista ao longo do tempo.