O setor da avicultura no Espírito Santo, estado que registrou os primeiros casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade no país, está mobilizado para evitar que a enfermidade constatada em aves silvestres chegue à produção comercial. A produção de ovos é forte no estado, que é o terceiro maior produtor do país. É no Espirito Santo que fica o município maior produtor de ovos do Brasil. Santa Maria do Jetibá concentra quase 92% da postura estadual, estimada em mais 339 mil dúzias, conforme dados do IBGE. Já a produção de frangos de corte, 11,8 mil toneladas mensais, está mais distribuída em três grandes municípios produtores: Domingos Martins, Marechal Floriano e Linhares.
Com a confirmação dos casos em aves silvestres, a avicultura capixaba intensificou as ações de prevenção, que já vinham sendo observadas desde outubro, quando os primeiros casos surgiram na América do Sul. O foco das atividades é no reforço das ações de biosseguridade. Entretanto, Nélio Hand, presidente da Associação dos Avicultores do Espírito Santo (AVES), destaca que “esse procedimento é comum nas granjas comerciais, que devem estabelecer critérios para assegurar a sanidade das aves produzidas, através do registro de granjas junto ao Ministério da Agricultura”.
Conforme Hand, a AVES vem realizando uma série de encontros e, junto com várias entidades e autarquias estaduais e municipais, atuando intensamente com informação. Um foco de atenção das autoridades e entidades é com os estabelecimentos de subsistência, que não possuem obrigatoriedade de registro junto ao MAPA. “O objetivo é levar informações e orientações à população e as pequenas propriedades rurais, que normalmente possuem aves de subsistência para que deixem as aves confinadas, cuidando e protegendo da água e alimentação dessas aves, a fim de evitar o contato com aves silvestres, além de ficarem atentos a sintomas nos animais, e notifiquem em qualquer caso suspeito”, informa o dirigente.
Confira as principais medidas de biosseguridade recomendadas pela AVES
- Intensificar as medidas de biosseguridade
- Proibir terminantemente qualquer tipo de visita às unidades de produção. Em caso de necessidade, realizar vazio sanitário
- Conferir cercamento de núcleo e telamento de galpão
- Manter o portão de acesso da propriedade fechado
- Desinfecção de veículos em pleno funcionamento
- Desinfecção de materiais que acessem a granja
- Uso de roupas e calçados exclusivos no acesso à granja
- Pedilúvio no acesso aos núcleos e aos galpões
- Cuidados com a ração
- Cuidados com a água (fonte de qualidade, tratamento, reservatórios íntegros e cobertos)
- Controle de pragas
- Treinamento de equipe
- Restringir criação de aves pelos funcionários
- Evitar visitas em locais com aves silvestres
- Ausência de outras aves na propriedade
- Se participou de evento relacionado ao setor, cumprir vazio sanitário de 72 horas
- Se participou de outros eventos com aglomeração de pessoas, troca de roupas e cumprir os protocolos de biosseguridade
- Entre outras ações, reforçando todas as medidas adotadas, conforme a Instrução Normativa do MAPA nº 56/2007.
O programa A Hora do Grão desta semana, no canal A Granja Total Agro no Youtube abordou os riscos da gripe aviária para o mercado de milho. Clique aqui para assistir o programa.