O Centro Nacional de Mitigação da Seca, dos Estados Unidos, relatou um aumento da área de seca na região produtora americana de soja para 57%.
Isso causou grande preocupação em relação ao potencial de produção daquele país.
As chuvas não ocorreram e as temperaturas continuam elevadas.
Mas, apesar dessa situação crítica, os modelos climáticos mudaram, indicando a possibilidade de chuvas no fim de semana na região conhecida como Cinturão da Soja, trazendo alívio.
A previsão para a região nesta semana, de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), é de temperaturas mais elevadas em grande parte do país, principalmente na região sul e oeste.
Já as chuvas estão mais distribuídas, abrangendo as principais regiões produtoras com maiores níveis na região central e norte.
E se as previsões se confirmarem?
Caso as previsões se confirmem, as condições das plantações irão recuperar os níveis ideais e a área de seca poderá diminuir consideravelmente.
Consequentemente, as cotações poderão continuar sendo impactadas de forma negativa.
Embarques
Já as exportações brasileiras estão aquecidas. A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontou um aumento de 67% em junho em relação ao mesmo período do ano passado.
E caso continue nesse ritmo, deverá fechar o mês acima de 15 milhões de toneladas.
O grande destaque está vindo da Argentina, que passou a ser o segundo maior comprador da soja brasileira.
Dólar continuou em queda
Diante da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), foi definida mais uma vez a manutenção da taxa de juros do Brasil no patamar de 13,75% ao ano, conforme expectativas de mercado.
Assim, o dólar fechou a semana passada em desvalorização, cotado a R$ 4,78 (-0,83%).
Devido às taxas de juros estáveis no Brasil, investidores estrangeiros continuam atraídos pelo país, impulsionando a economia e valorizando o real em relação ao dólar.
A cautela em relação às taxas de juros do FED, possíveis cortes nas taxas de juros nas próximas reuniões do Copom e o fluxo de investimentos atraentes podem manter a tendência de queda do dólar na próxima semana.
Chicago
E em Chicago o contrato de soja com vencimento em julho/23 finalizou a semana passada cotado a US$ 14,85 o bushel (+1,30%).
Já o contrato com vencimento em março/24 encerrou a U$ 13,08 o bushel (-1,41%).
Mercado interno baixa
Apesar do aumento dos preços em Chicago, houve queda nos preços da soja no mercado interno brasileiro, o que pode ser atribuído ao volume restante para ser comercializado.
Demanda fraca pela soja americana
Com os armazéns chineses repletos de soja brasileira e o baixo ritmo econômico da China, a procura pelo grão norte-americano tende a permanecer fraca.
A China utiliza a soja para produção de óleo e farelo destinados à alimentação de suínos, e os indicadores de consumo de carne suína no país estão estagnados.
Enquanto o estímulo econômico prometido pelo governo não for implementado, os estoques do maior importador global permanecerão cheios, resultando em uma demanda reduzida pela soja norte-americana.
Perante os fatos apresentados, a soja em Chicago poderá apresentar mais uma semana negativa, resultando em queda dos preços no mercado interno brasileiro.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br