Os preços da soja recuaram no mercado brasileiro em setembro, mês marcado por lentidão na comercialização. O fraco desempenho dos contratos futuros na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) foi o principal determinante para o comportamento lento do mercado. Os produtores voltam suas atenções para o plantio da nova safra, em fase inicial.
A saca de 60 quilos recuou de R$ 153,00 para R$ 145,00 no período, em Passo Fundo (RS). Em Cascavel (PR), a cotação baixou de R$ 143,00 para R$ 135,00. Em Rondonópolis (MT), o preço caiu de R$ 130,00 para R$ 125,00. No Porto de Paranaguá (PR), a saca passou de R$ 153,00 para R$ 145,00.
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em novembro acumularam desvalorização de 5% desde o início do mês. A posição novembro era cotada a US$ 13,00 por bushel na manhã da sexta, 29. O início da colheita nos Estados Unidos, as perspectivas favoráveis em relação à produção sul-americana e a aversão ao risco no mercado financeiro foram os fatores que pesaram sobre Chicago.
Veja também: Milho: safrinha 2024 terá menos investimento e, assim, menor produção
Em contrapartida, o dólar comercial subiu 0,4% no mês, a R$ 4,994 na manhã da seta, 29. Em boa parte do mês, a moeda americana superou a barreira de R$ 5,00. O câmbio limitou parcialmente as perdas no mercado brasileiro.
As exportações de soja do Brasil deverão totalizar 99 milhões de toneladas em 2024, acima dos 98 milhões indicados para 2023. A previsão faz parte do quadro de oferta e demanda brasileiro, divulgado por SAFRAS & Mercado, e indica um aumento de 1% entre uma temporada e outra.
SAFRAS indica esmagamento de 55 milhões de toneladas em 2024 e de 53 milhões de toneladas em 2023, com uma elevação de 4% entre uma temporada e outra. SAFRAS indica importação de 110 mil toneladas em 2024, contra 130 mil toneladas em 2023.
Em relação à temporada 2024, a oferta total de soja deverá aumentar 6%, passando para 168,871 milhões de toneladas. A demanda total está projetada por SAFRAS em 157,7 milhões de toneladas, crescendo 2% sobre o ano anterior. Desta forma, os estoques finais deverão subir 103%, passando de 5,507 milhões para 11,171 milhões de toneladas.
Leia mais: Arroz: a proteção à protagonista semente
SAFRAS trabalha com uma produção de farelo de soja de 42,3 milhões de toneladas em 2024, subindo 4%. As exportações deverão cair 2% para 21,5 milhões de toneladas, enquanto o consumo interno está projetado em 20 milhões, aumentando 8%. Os estoques deverão subir 36% para 3,03 milhões de toneladas.
A produção de óleo de soja deverá aumentar 3% para 11,1 milhões de toneladas. O Brasil deverá exportar 2,05 milhões de toneladas, com queda de 9%. O consumo interno deve subir 5% para 9 milhões de toneladas. O uso para biodiesel deve aumentar 13% para 4,5 milhões de toneladas. A previsão é de estoques subindo 13% para 615 mil toneladas.
Fonte: Agência SAFRAS