O Brasil continua se destacando nas exportações de milho frente aos Estados Unidos, uma vez que o baixo nível do Rio Mississipi segue encarecendo o custo logístico.
A Anec aponta para outubro com números acima do ano anterior.
No exterior, o novo ataque da Rússia contra a Ucrânia movimentou o mercado de milho durante a semana passada.
As cotações de Chicago finalizaram a semana a US$ 4,92 o bushel (+3,36%) para o contrato com vencimento em dezembro/23.
O mercado físico brasileiro teve uma semana de alta na maior parte das regiões, acompanhando o movimento de Chicago.
Há uma expectativa para 50 milhões de toneladas de milho exportadas até janeiro, o que ainda é plausível caso os preços subam, já que muitos produtores estão aguardando melhora nas cotações.
A alta do dólar forçou preços acima, mas já foi minimizada pela queda nos prêmios.
O milho brasileiro segue sendo o mais barato internacionalmente, e enquanto a demanda não se apresentar forte, não haverá grandes movimentações.
Mais sobre o momento do milho em Milho: cotações em disparada
A previsão ainda é de chuvas intensas no Rio Grande do Sul, que está com o plantio atrasado em 7%, na comparação com o ano passado.
Esse atraso poderá aumentar, visto que a alta umidade do solo e o volume de chuvas têm atrapalhado o plantio do cereal.
Em linha com a soja, o relatório de oferta e demanda do USDA deverá trazer para o milho uma redução nas exportações americanas, mas não consequentemente um aumento dos estoques visto que a margem para etanol está muito positiva e as usinas estão trabalhando a todo vapor.
Seca e a logística
A redução sazonal dos níveis dos rios mais a norte do país poderá se agravar.
Na redução, portos como Barcarena, Itacoatiara e Santarém teriam sua demanda de navios maiores (como Panamax) deslocada para os portos de Santos e Itaqui.
O milho sofreria com essa logística.
Em Santos, o aumento na demanda resultaria em aumento no tempo de espera dos navios, conhecido como waiting time, o que prejudicaria a eficiência dos embarques.
Olho no petróleo
Com os ataques do Hamas a Israel, já se ouve falar da possibilidade do Irã se envolver no conflito, o que afetaria fortemente os preços do petróleo, elevando tudo que se conecta a custos logísticos.
Poderá haver movimento positivo da commodity nesta abertura da semana, uma vez que o Oriente Médio é conhecido pelas suas robustas reservas.
O conflito iniciado no final de semana pode acarretar em impactos indiretos nas cotações, apesar dos fundamentos não apontarem grandes mudanças.
Portanto, assim como na semana anterior, essa poderá ser uma semana de valorização das cotações brasileiras.
Fonte: Grão Direto
Muito mais sobre os mercados do milho e da soja no programa A Hora do Grão desta semana