O plantio da soja segue atrasado para MT, MS, GO, SP e MG, enquanto estados do Sul se destacam dentro da média histórica.
O Paraná tem avanço de 12% em relação ao ano passado.
Já as exportações brasileiras na semana passada recuaram 600 mil toneladas em relação à semana anterior.
Sem conseguir atender à demanda por limitações logísticas, a procura chinesa por soja se voltou para os EUA.
Colheita americana
Dentro das expectativas de avanço, a colheita da safra americana segue para finalização com mais de 80% da área colhida.
Em Chicago o contrato de soja para novembro de 2023 encerrou a semana passada em US$ 13,30 o bushel (+2,70%), enquanto o contrato de março de 2024 a US$ 13,68 (+2,78%).
As cotações da soja brasileira no mercado físico subiram em grande parte das regiões produtoras, acompanhando a alta expressiva da última semana em Chicago.
Na contramão do movimento, o dólar recuou 2,20% e encerrou a semana a R$ 4,90.
Para esta semana o modelo climático norte-americano mostra bom volume de chuvas para o norte do Brasil, chuvas muito necessárias, por sinal.
Replantio no MT
O Mato Grosso, como principal produtor, já apresenta necessidade de replantio em algumas áreas e registro de encurtamento do ciclo da cultura em outras.
Caso as chuvas não venham, como prediz o modelo europeu, a necessidade de replantio aumentará com o passar dos dias, atrasando mais ainda a evolução da safra brasileira.
Mais sobre a soja em Cotações de 06/11/2023: boi gordo, soja e milho
Programa de exportação
O programa de exportação de milho e soja tem crescido em bom ritmo, porém a logística tem sido um limitante.
O waiting time (tempo de espera), dias que um navio leva desde sua nomeação até seu embarque total, tem aumentado no porto de Paranaguá/PR.
Pode-se atribuir isso à ineficiência logística e ao grande volume de chuvas.
O indicador está diretamente ligado aos prêmios praticados no interior, sendo que esse aumento fará pressão negativa para os prêmios.
No porto de Paranaguá a preferência é da soja, e as exportações deverão ultrapassar 100 milhões de toneladas até dezembro.
Compras da China
A China comprou soja americana para embarque em fevereiro, mesmo com o Brasil estando mais barato.
A ineficiência logística dos portos e o menor teor de óleo da soja americana (que beneficia o estoque) motivaram o movimento.
Com o maior comprador de soja do mundo focando na oleaginosa americana, os prêmios de exportação brasileiros poderão cair mais.
Redução
Na quarta, dia 9, o USDA vai divulgar o relatório Wasde, de oferta e demanda da soja.
Com as dificuldades climáticas que a safra brasileira tem enfrentado, uma parte do mercado começa a apostar na redução do tamanho da safra de soja.
O mercado ficará de olho, também, no tamanho da safra argentina.
Juros americanos
Com o discurso feito na sexta-feira pelo presidente do banco central norte-americano, Jerome Powell, o mercado entendeu que o FED não aumentará as taxas de juros na sua próxima reunião dia 13 de dezembro.
Esse sentimento poderá enfraquecer o dólar perante seus pares e, por consequência, poderá se notar valorização do real nas próximas semanas.
Ainda na última semana, esse movimento já foi observado.
No balanço dos eventos probabilísticos, a soja em Chicago poderá atravessar uma semana negativa, acompanhada pelo mercado físico brasileiro.
Fonte: Grão Direto