A trajetória de acomodação das cotações, iniciada na segunda quinzena de janeiro, já resultou em uma queda de quase 8% na saca do arroz em casca no Rio Grande do Sul, principal referencial nacional.
A média da saca do grão em casca de 50 quilos no estado (58%/62% de grãos inteiros e pagamento à vista) foi cotada no dia 8 a R$ 119,10.
Na comparação a igual momento de janeiro, a queda chega a 7,88%, quando valia R$ 129,20.
Comparado ao mesmo período do ano passado, contudo, o cereal ainda acumula alta de 35,2%.
Uma combinação de preços em forte alta nos principais fornecedores globais e de queda da produção doméstica levou os preços a níveis recordes.
É o que explica o analista e consultor de Safras & Mercado, Élcio Bento.
“Com a proximidade da intensificação da colheita nacional se aproximando, é normal que haja uma acomodação”, pondera Bento.
Entre março e abril, os gaúchos colhem mais de 90% de sua safra.
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“Com esse excesso de oferta, mesmo que pontual, o mercado tende a cair até encontrar a paridade de importação”, acrescenta.
Relatório USDA
No cenário internacional, destaque para o relatório de fevereiro de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado dia 8.
O documento estimou a produção mundial de arroz beneficiado em 513,74 milhões de toneladas para 2023/24, ante 513,54 milhões no mês anterior.
Para 2022/23, foi estimada safra de 512,96 milhões de toneladas.
As exportações mundiais do beneficiado foram estimadas em 51,62 milhões de toneladas para 2023/24, ante 51,50 milhões no mês passado.
A estimativa para o consumo é de 522,90 milhões de toneladas de beneficiado para 2023/24, ante 522,10 milhões de toneladas indicadas no mês anterior.
Baseado nas estimativas de produção, exportação e consumo, os estoques finais mundiais de arroz beneficiado na temporada 2023/24 foram previstos em 167,18 milhões de toneladas, ante 167,25 milhões de toneladas no relatório passado.
Para 2022/23, foram estimados estoques de 176,35 milhões de toneladas.
A Índia deverá produzir 132 milhões de toneladas beneficiadas em 2023/24; a Tailândia, 20 milhões; e o Vietnã, 27 milhões.
A safra brasileira está estimada em 7,48 milhões de toneladas de beneficiado.
E a da Indonésia está projetada em 33,50 milhões de toneladas.
Enquanto a produção chinesa está em 144,62 milhões de toneladas.
Fonte: Safras & Mercado