Os números do relatório de milho do USDA na semana passada mexeram apenas no estoque final brasileiro, que subiu minimamente, para 6,17 milhões de toneladas.
Já a expectativa do mercado, que era de redução da produção argentina indicada no relatório mensal do USDA, se deparou com um aumento da expectativa para 56 milhões de toneladas.
A safra argentina parece plausível dada à qualidade das lavouras reportadas.
As cotações de Chicago finalizaram a semana cotadas a US$ 4,26 o bushel (+3,40%) para o contrato com vencimento em março/24.
Foi a segunda alta consecutiva na casa dos 3%.
Na B3, o milho seguiu o mesmo movimento de Chicago e subiu 3,52%.
No mercado físico brasileiro o resultado foi misto com a baixa demanda.
E uma alta expressiva nas cotações do milho foi observada na última quinta-feira, puxada por um movimento de recompra de contratos futuros por fundos de investimento (Brasil e EUA).
Essa compra fecha posições vendidas consistentes, que fortaleceram as baixas deste ano.
Safrinha
Com uma previsão de safra de inverno brasileira em 124 milhões de toneladas e uma demanda internacional em declínio, os produtores enfrentam a possibilidade de duas situações: a quebra na safra de inverno ou um retorno significativo da demanda.
Se a segunda safra transcorrer sem problemas graves, é provável que haverá uma pressão baixista adicional sobre a commodity em momento de olhares voltados para a segunda safra.
O programa de exportação do milho brasileiro ainda não decolou devido à falta de demanda atual e à competitividade do milho norte-americano, que está com preços mais baixos.
As transações pontuais estão limitadas às usinas de etanol no interior do Mato Grosso e ao mercado interno de proteína animal.
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Apesar da resistência dos produtores em vender o cereal, reportes de clientes compradores da Grão Direto indicam que os armazéns estão cheios e apenas negociações pontuais estão ocorrendo.
Essa semana não apresenta indicativos de mudança desse cenário.
Importação chinesa
A China não está tão ativa na compra de milho atualmente, em parte devido à colheita de sua própria safra, mas também porque o farelo de soja está bastante acessível.
Mesmo com estoques e margens apertadas nas esmagadoras chinesas, a demanda por farelo subiu, aumentando a quantidade de farelo na ração dos suínos.
Além disso, a Ucrânia tem suprido as necessidades de curto prazo da China, exportando milho em quantidades modestas.
Esse cenário continua pressionando negativamente os preços por aqui.
Após uma semana de considerável alta na bolsa, sem muito impacto no mercado físico, pode-se atravessar mais uma semana em que a baixa demanda e resistência à venda reduzem os preços.
Fonte Grão Direto