As excelentes condições da safra de milho nos Estados Unidos, combinadas com o clima favorável e uma demanda ainda moderada pelo grão americano, têm pressionado as cotações em Chicago.
Segundo o monitor de seca do USDA, cerca de 4% da produção americana do cereal está em áreas afetadas por seca, uma redução de 1% em relação à semana anterior.
No mesmo período do ano passado essa proporção era de 59%.
Essas condições climáticas favoráveis têm diminuído os prêmios de risco normalmente associados a esta época do ano, pressionando ainda mais as cotações.
Porém, as previsões meteorológicas nos próximos dez dias apontam temperaturas elevadas e baixos índices pluviométricos, podendo gerar incertezas e, consequentemente, valorizações de Chicago.
As incertezas acontecem por conta do estágio fenológico que as lavouras se encontram nesse momento (reprodutivo), onde as adversidades climáticas poderão afetar o potencial produtivo da cultura.
E com a queda do preço no mercado internacional, as cotações internas no Brasil sofreram forte pressão na semana passada, resultando em uma diminuição de interesse de venda pelos produtores.
As avaliações são da plataforma Grão Direto.
Colheita brasileira
A colheita da segunda safra chegou aos patamares de 87,34%, de acordo com a Conab.
O ritmo está bem avançado comparado ao ano anterior e a média dos últimos cinco anos.
Cotações descem
Em síntese, as cotações de Chicago finalizaram a semana passada em US$ 3,87 o bushel (-2,03%), para o contrato com vencimento em setembro/24.
Assim como a soja cotada em Chicago, o milho no contrato setembro também atingiu a mínima de 2024 na semana passada, cotado abaixo dos US$ 3,80/bushel, patamar negociado pela última vez em outubro de 2020.
Mais sobre o cereal em Safra 2024/25: mais área de soja e menos de milho, aponta projeção
E as atenções para o milho são as seguintes:
Para um cenário positivo, será necessário que o milho se mantenha acima dos US$ 3,90/bushel, onde as regiões de alvo para a semana ficam na faixa dos US$ 3,95 e depois US$ 4,10.
Caso perca a mínima novamente durante a semana, o alvo de baixa está próximo aos US$ 3,70.
Mas na B3 o cereal teve mais uma semana de alta, 1,23%, para R$ 61,83/saca.
No mercado físico, o movimento foi variando a depender da região.
Exportações menores
O Brasil vem registrando um ritmo muito lento das exportações.
O mês de julho deve fechar com volumes acima de 3 milhões de toneladas, cerca de 30% abaixo do volume exportado a julho do ano passado.
No acumulado de janeiro a julho, o volume deve se aproximar de 12 milhões de toneladas, cerca de 25% a menos do que o registrado no ano passado.
Historicamente, o mês de agosto apresenta volumes expressivos de embarques, o que pode compensar, pelo menos em parte, esse acumulado negativo.
O cenário vai mudar?
Com a proximidade do término da colheita da safrinha, a demanda será o principal fator a definir a direção das cotações brasileiras.
Espera-se que as exportações se intensifiquem a partir deste mês, o que pode sustentar as cotações brasileiras e iniciar um movimento de alta mais consistente.
Apesar das previsões mais otimistas, a gestão de risco e o escalonamento de vendas continuam sendo a melhor recomendação, considerando o cenário de incertezas e pessimismo.
Em resumo, conforme a Grão Direto, as cotações poderão continuar sendo pressionadas nesta semana, podendo manifestar movimentos contidos de alta.
O produtor brasileiro deve continuar aguardando preços melhores para comercializar seus grãos.
Fonte: Grão Direto