O milho brasileiro procurou na semana passada fundamentos nas exportações para reagir, visto um mercado mais lento.
E o cereal seguiu buscando bases de precificação ao longo da semana, com reação positiva após USDA reportar vendas acima do esperado, reforçando rumores de que a China pode ter voltado às compras.
Já as exportações brasileiras seguem em ritmo mais lento que em anos anteriores, sem surpresas positivas.
A baixa demanda frente aos altos estoques continuou pressionando as cotações apesar do fechamento positivo.
E o cereal encerrou a semana passada em Chicago cotado a US$ 3,84 o bushel (+1,59%), para o contrato com vencimento em setembro/24.
No Brasil, na B3, o milho subiu 1,62%, e fechou a semana a R$ 62,77/saca.
O mercado físico seguiu essa mesma tendência de alta, diferente da última semana, com o preço do milho recuperando números.
Demanda interna
O mercado do boi gordo parece ter encontrado um piso, com o fim do ciclo pecuário, o que está melhorando a margem do pecuarista e trazendo mais demanda para o milho.
Esse ciclo de alta pode estar apenas começando, e o aumento da demanda tende a ser gradual, mas já serve como um contrapeso para os preços baixos atuais.
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No médio e longo prazo, a expectativa é de que a margem do pecuarista continue a melhorar, impulsionada também pela maior mistura de etanol na gasolina.
Dessa forma, o milho brasileiro deve se beneficiar de uma demanda interna mais forte, o que ajudará a sustentar os preços no mercado doméstico, mesmo diante da pressão dos preços de exportação.
Internacional
O USDA reportou exportações acima do esperado pelo mercado, garantindo ao mercado norte-americano um ritmo de exportação superior ao mesmo período do último ano.
Esse movimento fortalece o indicativo de que as cotações do milho tenham encontrado um piso em Chicago.
Com a safra próxima de ser colhida e pouco vulnerável a essa altura, esses números mantidos podem favorecer os preços.
Índia à vista
E dessa vez a protagonista não é a China, mas a Índia.
Diante dos altos estoques, a Índia pode favorecer fundamentos de alta do grão.
De maior exportador da Ásia, o país agora passou a importar milho para produção de etanol, com incentivos do governo que visa reduzir as emissões de carbono.
Como o milho tem se sustentado e fundamentos diversos que aumentem sua demanda, essa inversão de exportador para importador pode favorecer as cotações.
Não necessariamente no curto prazo.
Como se pode notar, altos estoques e demanda enfraquecida pressionaram fortemente os preços de milho.
Entretanto, alguns fundamentos podem indicar inversão dessa tendência.
Ou pelo menos um piso para o grão.
Preços futuros já apontam para um milho mais caro até a safra brasileira.
E, portanto, esta semana pode trazer preços positivos pela segunda vez consecutiva, avalia a plataforma Grão Direto.
Fonte: Grão Direto