O relatório de oferta e demanda do USDA da semana passada apontou que a safra norte-americana de milho teve pequeno ajuste para cima na produção: de 384,74 milhões para 385,73 milhões de toneladas.
Em contrapartida, a produção mundial diminuiu de 1,21982 bilhão para 1,21857 bilhão de toneladas, o que impactou os estoques finais globais.
E, ainda segundo o USDA, os EUA venderam 1,561 milhão de toneladas em agosto, superando as expectativas do mercado de 700 mil a 1,6 milhão de toneladas.
Em Chicago, o cereal encerrou a semana passada cotado a US$ 4,06 o bushel (+1,97%) para o contrato com vencimento em dezembro.
Na B3 brasileira, subiu 2,62%, fechando a semana a R$ 67,80/saca.
O mercado físico seguiu essa mesma tendência de alta, diferente da semana anterior, com o preço do milho recuperando números.
Mercado externo
O USDA revisou para baixo as projeções de importação da China, de 23 milhões para 21 milhões de toneladas.
Esse movimento pode sinalizar o início de uma redução significativa nas importações do cereal, já que há expectativa de que o país alcance a autossuficiência na produção, impactando diretamente a demanda pelo produto brasileiro.
O USDA reduziu de 50 milhões para 48 milhões de toneladas a expectativa de exportações brasileiras para 2024, diante da menor produção e do ritmo lento de exportações até o momento.
Apesar da queda, o número ainda continua muito distante do projetado pela Conab, de 36 milhões de toneladas.
Há um consenso de mercado de que os números devem ficar em torno de 40/2 milhões de toneladas, cerca de 30% a menos, destaca a plataforma Grão Direto.
Produtores resistentes
E após realizar vendas expressivas de milho para quitar dívidas, o produtor brasileiro agora adota uma postura mais cautelosa em relação às novas vendas, o que pressiona os compradores a oferecerem preços mais atrativos.
Ainda há um grande volume de milho a ser negociado no Brasil, o que representa um risco, especialmente com o avanço da colheita nos Estados Unidos, que deve oferecer milho competitivo para o mercado internacional.
Plantio
O ritmo de plantio da safra de verão segue avançando, principalmente nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
De acordo com a Emater-RS/Ascar, o plantio alcançou, na semana passada, 37% da área total, contra 44% do mesmo período do ano anterior.
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Até o momento, as condições das lavouras são satisfatórias, favorecendo a germinação e o desenvolvimento inicial das áreas já semeadas.
No entanto, para o restante do Brasil, ainda existem muitas incertezas em relação ao plantio do cereal devido ao clima instável, já que a cultura é bastante sensível à falta de umidade.
Cenário para a semana
De acordo com os cenários listados, a plataforma Grão Direto avalia que as cotações brasileiras poderão ter uma semana de continuidade de alta nos preços pela terceira vez consecutiva.
Fonte: Grão Direto