A colheita do trigo tem avançado pouco no Rio Grande do Sul devido a chuvas recorrentes.
Isso trouxe apreensão ao mercado em relação à qualidade do produto a ser colhido.
A Emater/RS informou, na quinta-feira, 17, que boa parte das lavouras podem não ter sido tão prejudicadas, mas o excesso de umidade na colheita é sempre um fator de preocupação.
O Paraná já teve sua safra comprometida pelo clima adverso.
E na Argentina, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, apesar das boas chuvas na última semana, as lavouras em desenvolvimento mais adiantado já têm perdas irreversíveis.
Oferta gaúcha
Conforme fontes ligadas ao mercado, desde a semana passada já se observava oferta de trigo da safra nova no Rio Grande do sul.
A qualidade, antes das chuvas, era de boa a excelente.
À medida que a ceifa avançou, a qualidade “despencou”, especialmente no Falling Number.
“Como o PH manteve-se acima de 77/78 e como havia pouco trigo colhido, na grande maioria dos armazéns, os trigos foram misturados. Com isso, ‘perdeu-se a referência’ do pouco de trigo bom que se tinha”, disse a fonte à Safras & Mercado.
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Muitas cargas foram devolvidas pelos moinhos no início da semana passada devido às baixas classificações.
No momento, os agentes evitam arriscar uma previsão quanto à qualidade do que ainda está no campo.
No entanto, com a meteorologia indicando clima favorável nos próximos dias, a expectativa é de melhora.
Brasil já colheu 42%
A colheita de trigo avançou para 41,8% da área estimada para a temporada 2024 nos oito principais estados produtores do Brasil (Goiás, Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, que representam 99,9% do total).
Foi o que apontou levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com dados recolhidos até 13 de outubro.
Na semana anterior, a colheita estava em 36,7%.
Em igual período do ano passado, o número era de 51,8%.
Paraná, 79% colhido
O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que a colheita da safra 2023/24 de trigo do estado atingiu 79% da área estimada de 1,149 milhão de hectares.
Ela deve ficar 19% abaixo dos 1,415 milhão de hectares cultivados em 2023.
RS, 3%
A colheita de trigo atinge 3% da área no Rio Grande do Sul. Segundo a Emater/RS, na semana passada, os trabalhos ainda não chegavam a 2%.
Em igual momento do ano passado, eram 20%. A média dos últimos cinco anos para o período é de 19%.
Argentina
As chuvas que atingiram a Argentina nos últimos dias alcançaram áreas de produção de trigo que estavam sob estresse hídrico.
Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, as áreas com desenvolvimento mais adiantado já apresentam perdas irreversíveis no potencial produtivo.
Por outro lado, 65,1% das lavouras ainda estão nos estágios anteriores à floração e tem maior possibilidade de recuperação.
Para esta semana, há previsão de novas chuvas que atingiriam praticamente toda a área agrícola do país.
Caso confirmadas, seriam benéficas à cultura.
As condições de cultivo se dividem entre boas (31%), médias (35%) e ruins (34%).
Na semana passada, eram 29%, 33% e 38%, respectivamente.
Em igual momento do ano passado, eram 11%, 42% e 47%. Atualmente, 47% das lavouras estão em déficit hídrico, contra 49% na semana passada.
No mesmo momento do ano passado, eram 54%.
A área é estimada em 6,3 milhões de hectares.
No ano passado, foram plantados 5,9 milhões de hectares.
Fonte: Safras & Mercado