As chuvas no Centro-Oeste ao longo da BR-153 na semana passada levaram ao avanço do plantio da soja na região.
As precipitações chegaram à maioria das regiões produtoras do Brasil, e as previsões indicam continuidade nas próximas semanas.
As boas condições climáticas devem continuar pressionando os prêmios futuros, mesmo com um plantio mais lento, com 13% a menos de área plantada em relação a 2023, e 20% a menos quando comparado a 2022.
No entanto, o ritmo do plantio deve acelerar nesta semana, graças às boas condições.
Com um avanço significativo e as chuvas favorecendo o processo, a safra 2024/2025 deve passar por uma boa fase germinativa, além de garantir boa reserva de água para o desenvolvimento vegetativo.
Ainda na semana, a colheita norte-americana avançou em ritmo mais acelerado em relação a safras anteriores, chegando a cerca de 75% da área total, colocando pressão sobre as cotações em Chicago.
Demanda chinesa
Já o PIB chinês não reagiu como esperado aos incentivos do governo chinês.
Mas apesar disso, as compras do país asiático deram suporte aos preços em queda ao longo da semana.
Com a guerra comercial entre China e EUA, o mercado percebeu aumento na já grande demanda chinesa por soja brasileira.
De fato, o país asiático deve recorrer à América do Sul, Brasil, Argentina e Paraguai, para suprir sua demanda.
Só não se sabe a dimensão dessa demanda.
O PIB anual chinês cresceu menos do que o esperado e o pacote de incentivos anunciado ainda não tem suas finalidades claramente definidas.
Mesmo com a guerra comercial em andamento, uma demanda menor por parte da China fez cair as cotações na bolsa de Chicago e deve continuar exercendo pressão negativa sobre os prêmios brasileiros.
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Chicago
Em Chicago, o contrato de soja na semana para novembro encerrou a US$ 9,70 o bushel (-3,48%).
O contrato com vencimento em março de 2025 também registrou queda, de 3,67%, para US$ 9,97 o bushel.
E no mercado físico brasileiro os movimentos foram similares, apesar da alta de 1,42% do dólar, que encerrou a R$ 5,70.
Baixa comercialização
A safra de soja brasileira está começando com o menor índice de comercialização dos últimos cinco anos, cerca de 12% inferior quando comparada à safra anterior.
Caso a comercialização não ganhe ritmo e as chuvas permaneçam constantes, a fase crítica da produção, que ocorre entre dezembro e janeiro, encontrará uma safra em ótimas condições e baixa comercialização.
Isso colocará forte pressão baixista sobre os prêmios no início da colheita.
Com base nos fatores apontados, a plataforma Grão Direto avalia que será mais uma semana negativa em Chicago, restando ao dólar, principalmente, fazer o contrapeso das cotações aqui no Brasil. E o cenário persiste pessimista para nossa moeda.
Fonte: Grão Direto