O mercado interno continuou na semana passada como o maior absorvedor do milho produzido no Brasil.
Mas o ritmo de negócios segue lento, mesmo com uma melhora significativa nos preços.
Os maiores consumidores são os setores de nutrição animal e as usinas de etanol.
Nos últimos 30 dias, os preços do frango congelado, da carcaça de suínos e do etanol caíram, mas não o do cereal no mercado interno.
O fator que explica a alta do cereal no curto prazo é a baixa comercialização por parte do produtor e a melhora na margem do pecuarista, um dos maiores consumidores.
Nesse cenário, as altas recentes são uma janela de oportunidade para quem possui milho disponível, pois, com o avanço da safra de soja, tanto para capitalização quanto para liberar espaço na armazenagem, a comercialização do milho deve ganhar ritmo e a alta demanda deverá pressionar os preços.
Chicago
O grão encerrou a semana passada cotado a US$ 4,15 por bushel (alta de 1,22%) em Chicago, para o contrato com vencimento em dezembro.
Na B3 brasileira seguiu em alta, com fechamento de 1,04%, a R$ 73,05/saca no contrato de novembro.
E no mercado físico, os movimentos foram mistos, com altas e baixas distribuídas pelo país, predominando as altas.
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Produção de verão
Mesmo com uma redução de área de 5,4%, a produtividade deve crescer 4,6%, para uma produção de 22,72 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 1,1% em relação à safra 2023/24.
Já para a segunda safra, a Conab projeta um aumento de 1% na área e de 3,8% na produtividade, com produção estimada em 94,63 milhões de toneladas, um crescimento de 4,8%.
Exportações
Embora haja maior disponibilidade, a Conab projeta que os embarques podem diminuir em 2 milhões de toneladas em relação à previsão para esta temporada, de 34 milhões de toneladas.
Por outro lado, o consumo pode aumentar em cerca de 3 milhões de toneladas na safra 2024/25, para 87,03 milhões de toneladas.
Dessa forma, restariam 5 milhões de toneladas de milho até janeiro de 2026, um volume inferior à média de 9,6 milhões das últimas cinco safras.
Oferta brasileira e global
A Conab indicou que a produção total de 2024/25 pode somar 119,74 milhões de toneladas, 3,5% a mais que a de 2023/24.
E o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indica que a produção de 2024/25 pode totalizar 1,21 bilhão de toneladas, enquanto o consumo deve alcançar 1,22 bilhão de toneladas, resultando em um déficit de 20 milhões de toneladas.
Argentina
Na Argentina, na última semana, a Bolsa de Cereales reportou que o plantio estava em 34,5%, um progresso de 5,6% em relação à semana anterior, com 86% da área plantada em condições normais e excelentes de cultivo.
Conforme a plataforma Grão Direto, a semana poderá ser positiva para o milho no Brasil, seguindo a tendência da última semana.
Fonte: Grão Direto