O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, anunciou o aumento da meta de redução de emissão de gases de efeito estufa pelo Brasil. Agora, o objetivo passa de 43% para 50% até 2030. Além disso, segue a intenção de neutralidade climática até 2050.
A declaração foi dada nesta segunda-feira (1º), na abertura do Brasil na COP26, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. Já a ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) deixou claro que a agropecuária – realizada de maneira sustentável – é parte da solução para um duplo desafio. São eles: mudança do clima e segurança alimentar.
“A agricultura brasileira fez a sua parte e está fazendo. Vamos continuar trabalhando para que a nossa agricultura seja cada vez mais eficiente e sustentável. A sustentabilidade traz eficiência e renda para o produtor. Então, não tenho dúvida de que a nossa agricultura movida à ciência estará comprometida em alcançar essas metas.”
Tereza Cristina
COP26
A ministra destacou as metas já alcançadas pelo Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, chamado de Plano ABC, desde 2010. Além disso, citou as novas metas para o ABC+ até 2030.
O objetivo é disseminar as tecnologias de baixa emissão de carbono a mais 72 milhões de hectares de terras agricultáveis. Isso vai promover ganhos de produtividade em terras agrícolas já consolidadas, sem necessidade de converter novas áreas à atividade produtiva. Bem como será mitigada a emissão de mais de 1 bilhão de toneladas de CO² equivalente.
Segundo ela, o potencial transformador da agropecuária de baixa emissão de carbono é enorme. “Queremos compartilhar essa experiência com países de realidades semelhantes. Apenas com a disseminação das melhores práticas a todos os produtores poderemos colher os impactos positivos que a produção de alimentos, fibras e bioenergia pode ter.”
Glasgow
Diretamente de Glasgow, o secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, Fernando Camargo, disse que o futuro verde está no Brasil e destacou a meta de recuperar mais de 30 milhões de hectares de pastagens degradadas.
“Essa é a chave para aumentar a nossa produção sem necessidade de fazer desmatamento ilegal”.
Fernando Camargo
A 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), em Glasgow, na Escócia, segue até 12 de novembro. O encontro reunirá mais de 190 países para discutir medidas mais enérgicas contra o aquecimento global.
Florestas
No painel “Políticas Públicas para Preservação e Recuperação Florestal”, o diretor de Regularização Ambiental do Serviço Florestal Brasileiro, João Adrien, apresentou meios de implementação do Código Florestal no Brasil. Dentre eles, o Cadastro Ambiental Rural, o Programa de Regularização Ambiental e incentivos econômicos para a recuperação florestal e preservação ambiental.
“A política do Código Florestal tem sido uma importante contribuição do Brasil para solucionar o desafio de garantir a preservação aliada à produção agropecuária.”
João Adrien
A previsão de recuperação em propriedades rurais por meio do Programa de Regularização Ambiental é de 34,4 milhões de hectares de reserva legal nos próximos 20 anos. “Esse número dá uma dimensão do impacto que essa política vai ter em termos de recuperação ambiental. 34 milhões de hectares é o quase o tamanho da França, que será recuperado por essa política ambiental. É uma recuperação florestal que não foi feita em nenhum lugar do mundo até hoje”, finalizou.
Imagens: Mapa/Divulgação