Desde os anos 2000, o Brasil busca alcançar um faturamento de US$ 1 bilhão com exportações de frutas. Pois, neste ano, o sonho pode se tornar real. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.
As principais frutas exportadas pelo País registram volumes elevados de embarques e algumas (como limões e limas, mamões, mangas, melancias e uvas) já batem recordes. De acordo com as pesquisadoras do Cepea, Fernanda Geraldini e Marcela Barbieri, o volume total de frutas frescas enviadas ao exterior até setembro totaliza 737,1 mil toneladas. O número é recorde para o período, com faturamento de pouco mais de US$ 695 milhões, segundo dados da Secex.
As pesquisadoras ressaltam que os embarques de muitas frutas brasileiras e que são importantes na pauta de exportação tendem a se intensificar a partir de setembro. Dentre elas, manga, melão, melancia e uva. O que, por sua vez, deve contribuir para o cumprimento da meta.
Causas
Além da cotação do dólar em alta e da demanda mundial aquecida, os embarques brasileiros de frutas são reforçados pelo mercado interno. Como muitos consumidores brasileiros enfrentam restrições de renda, fruticultores priorizam a alternativa da exportação. Do lado da oferta, diferentemente de 2020, o clima está favorável para algumas das frutas exportadas (como manga, uva e maçã), graças ao aumento da produtividade e da qualidade, que permite maiores vendas.
O desempenho da fruticultura já tinha se mostrado positivo no ano passado, chegando bem perto da meta. A receita arrecadada em 2020 foi de US$ 935,4 milhões, conforme a Secex. Agora, em 2021, os dados parciais de embarques (até setembro) indicam que a performance brasileira está ainda melhor que a do ano passado.
Porém, exportadores brasileiros ainda enfrentam muitos desafios. Os custos de produção se elevaram consideravelmente, assim como os logísticos (diante da escassez de contêineres e da alta no frete marítimo). Além disso, em alguns setores, houve falta de materiais para embalagens (que estão mais caros).
Fotos: Wenderson Araújo/CNA