As vendas do agronegócio para o exterior bateram recorde no acumulado de 2021 de janeiro a novembro. Ou seja atingiram o valor de US$ 110,7 bilhões, superando o recorde anterior que era referente a todo o ano de 2018 (US$ 101,2 bilhões). Na comparação com o mesmo período de 2020, o crescimento foi de 18,4%.
“A cada 10 dólares em vendas ao exterior, quatro eram produtos do agro, além de exportarmos para mais de 190 países. Tivemos um aumento em quase todas as cadeias, sendo a soja em grãos o produto mais exportado e a China sendo o principal destino.”
Lígia Dutra, diretora de Relações Internacionais da CNA
Os dados foram divulgados na coletiva de imprensa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), nesta quarta, 8. Segundo Lígia, houve a abertura de mercado para 69 produtos do agronegócio em 30 países diferentes. Dentre eles:
- maçãs para Colômbia, Honduras e Nicarágua;
- gergelim para o México;
- gengibre e sementes para o Egito;
- bovinos para o Vietnã;
- carne bovina e material genético bovino para o Iêmen;
- além de incremento nas vendas para o Chile, por meio dos acordos comerciais.
Acordos internacionais
Lígia afirma que o Brasil precisa correr atrás dos pactos internacionais porque têm efeito direto nas nossas exportações. “Tanto os que negociem tarifas quanto questões não tarifárias. Isso é muito importante.”
De acordo com a diretora, se tivermos mais acordos, principalmente na região onde mais crescemos, que é o Sudeste Asiático, podemos trazer um impulso ainda maior para nossas cadeias agropecuárias.
Principais
Neste ano, os principais produtos do agronegócio brasileiro exportados foram soja em grãos, carne bovina in natura, açúcar de cana em bruto, farelo de soja e carne de frango in natura. Os principais destinos foram China, União Europeia, Estados Unidos, Tailândia e Japão.
Juntos, esses cinco mercados responderam por 62% dos consumidores que adquiriram os itens brasileiros. O país onde foi registrada a maior expansão das vendas externas em 2021 foi o Irã (71,3%), com receita de US$ 734 milhões.
Para 2022, a Diretoria de Relações Internacionais da CNA pondera que alguns fatores internacionais devem ser monitorados:
- o comportamento da Covid-19;
- os gargalos do transporte marítimo;
- a oferta global de insumos;
- a pauta ambiental;
- o comércio internacional.
A entidade também prevê que a China deve se manter como o principal parceiro comercial do Brasil para os produtos do agro. “Acreditamos que novos mercados são importantes para todo o agro, além de manter próximos nossos parceiros como a China.”
Resultado no mercado interno
Ela destaca que as exportações não reduzem a oferta de alimentos no País. “Mas estimulam a produção e diminuem a volatilidade do mercado interno. Por isso, a CNA continuará sempre trabalhando na pauta de diversificação e buscando novos mercados.”
A Confederação também vai intensificar seus projetos de atuação em busca de mais mercados para os produtos do agro. Entre as iniciativas previstas, estão a abertura de um terceiro escritório no exterior, este em Dubai, a retomada do programa AgroBrazil, que leva representações estrangeiras para conhecer as principais regiões produtoras no país. A CNA já conta com escritórios em Xangai e Singapura.
Já em 2021, a entidade destaca alguns objetivos alcançados, como a inscrição de mil empresas no Projeto Agro.BR. A iniciativa é desenvolvida com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) para inserir cada vez mais pequenos e médios produtores no comércio exterior e diversificar a pauta brasileira de exportações de produtos do setor.
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