Mais de 253 mil propriedades de 9.600 localidades do Rio Grande do Sul sofrem com os efeitos da estiagem. A situação também deixa 22 mil famílias sem acesso à água.
Prejuízos
Em todo o Estado, 92.800 produtores de milho e 82.400 de soja têm prejuízos. Muitos já recorrem ao Proagro. A produção leiteira também tem registra perdas em 27.289 propriedades gaúchas. Os dados são da Emater/RS-Ascar.
Nas últimas semanas, houve precipitações em todas a regiões administrativas da fundação. No entanto, estas ocorreram de forma irregular.
Além disso, os volumes em alguns locais foram baixos. Para piorar os efeitos do déficit hídrico, o período foi marcado por temperaturas elevadas, causando maior desconforto térmico nos animais e danos nas lavouras.
Milho
As lavouras de milho de Erechim, Frederico Westphalen, Ijuí, Passo Fundo, Santa Rosa e Soledade sofreram os maiores impactos da estiagem. Tiveram perdas médias que podem chegar a 65% da produção inicialmente estimada.
Já o cultivo de milho destinado à confecção de silagem teve aumento de estragos nas últimas semanas nas regionais de Caxias do Sul, Soledade, Santa Maria, Bagé e Pelotas. De forma geral as perdas variam de 16,2% (Porto Alegre) até 65% (Ijuí).
Soja e feijão
A falta de chuvas também compromete a produtividade de soja. Portanto, os prejuízos no território gaúcho se intensificaram. Já reduziu de 25% a 45% da produtividade estimada na maioria das regiões. No entanto, observa-se, na região de Santa Rosa, redução média superior a 45%.
A queda na produção de feijão no RS, varia de 5% a 95%, dependendo do local. As maiores perdas médias, de mais de 60% da expectativa inicial, estão localizadas na regional de Ijuí. Salienta-se que houve um acréscimo dos danos no cultivo nas regiões de Pelotas, Bagé e Erechim.
Fruticultura e olericultura
O primeiro Boletim da Emater/RS-Ascar indica redução de aproximadamente 644 mil toneladas na produção de frutas e de quase 19 mil toneladas na produção de olerícolas. O rombo aumentou. A redução estimada na produção de frutas é de cerca de 750 mil toneladas. Já nas olerícolas é de 75 mil toneladas.
Animais
A estiagem afeta com maior intensidade 27.289 estabelecimentos produtores de leite no RS. A estimativa de prejuízo médio na produção diária de leite é de 82,5 litros por propriedade. Dessa forma, a redução na produção diária de leite no Estado é de aproximadamente 2,2 milhões de litros. A menor oferta de pastagens para os rebanhos, com a consequente necessidade de adquirir maior quantidade de alimentos de fora da propriedade, agrava a crise enfrentada pelos produtores.
As pastagens nativas, que se constituem na base alimentar para a bovinocultura de corte, a ovinocultura e a equideocultura, são duramente afetadas. Cerca de 60% da área destinada à produção de massa verde apresenta destruição. No entanto, a maior privação da estiagem ainda decorre dos prejuízos da perda de produção observada em 2/3 da área cultivada com pastagens anuais de verão, destinadas ao rebanho leiteiro.
Agravamento
A Emater/RS acompanha o agravamento da estiagem nos 497 municípios. Verifica o impacto na produção de grãos, fruticultura, olericultura, pecuária de corte e de leite e no abastecimento de água para consumo humano e animal nos estabelecimentos agropecuários.
Até a primeira quinzena de dezembro de 2021, os efeitos da estiagem nas atividades agrícolas foram maiores nas regiões administrativas da Emater/RS-Ascar de Ijuí, Frederico Westphalen e Santa Rosa. A partir de então, os efeitos da estiagem avançam nas demais regiões do Estado.
O boletim é atualizado semanalmente. Para verificar dados específicos e detalhados das culturas e criações impactadas pela estiagem no Estado, acesse aqui.