domingo, 03 agosto 2025
Instagram Linkedin Twitter Youtube Facebook Whatsapp Spotify
Facebook Twitter Linkedin Instagram Whatsapp Youtube Spotify
Acessar Revistas
Fazer Assinatura
LOGIN
  • Notícias
  • Agricultura
  • Pecuária
  • A Granja Total Play
  • Colunistas
  • Notícias
  • Agricultura
  • Pecuária
  • A Granja Total Play
  • Colunistas
Revistas Fechar
Fechar
  • 📚 Portal Revista A Granja Total Agro
  • – Revista A Granja
  • – Revista AG
  • – A Granja Kids
Revistas
Home»Exclusiva»Já pensou se o dia sem carne fosse no domingo?
Exclusiva Atualização:14/02/2022

Já pensou se o dia sem carne fosse no domingo?

Thais D'AvilaPublicado por Thais D'Avila14/02/2022Atualização:14/02/2022Nenhum comentário4 Min de Leitura
Foto: Wenderson Araújo/CNA

* Por Carlos J. P. Gomes – físico, cofundador e CTO da BovExo

Luta da sociedade deveria ser por processos produtivos mais sustentáveis do campo à mesa.

O que as mídias sociais, a política, a Covid e a pecuária têm em comum? Todas são objeto de notícias falsas e opiniões levianas, que acabam induzindo uma grande parte da sociedade a tomar partido, de um lado ou de outro, sem quem as emite e quem as escuta entender exatamente do que se fala e o que está em jogo.

As recentes menções à “segunda sem carne”, promovidas por diferentes instituições, fornecem um perfeito contexto para analisarmos os dois pontos principais: não saber do que se fala e não ponderar sobre o que está em jogo.

Dentre as fontes de emissões globais de gases de efeito estufa (GHG), a produção de proteína animal é a sexta colocada, respondendo por 5.8% (em média, três vezes menos que os processos mais poluentes, todos eles relativos ao uso de energia para transporte, produção industrial, atividades empresariais ou residencial). Porém, quando falamos de produção de proteína animal, estamos falando da produção de alimentos e, portanto, seria incorreto comparar com outros processos.

fig. 1 – Pegada carbônica por setor de atividade econômica

A análise do gráfico acima (fig. 1) mostra que a produção de proteína animal é, em média, dentre todas as atividades de produção de alimentos, a mais poluente. E o gráfico abaixo (fig. 2) mostra que a produção de proteína bovina é a mais poluente, dentre todas.

fig. 2 – Pegada carbônica por quantidade de proteína produzida

Porém, há duas coisas importantes na análise deste outro gráfico (fig. 2). Primeiro, os 10% produtores mais eficientes de carne bovina têm uma pegada carbônica muito baixa, em média de 9 kg CO2eq por 100g de proteína produzida. Segundo, quando fazemos uma análise envolvendo os principais alimentos vegetais na dieta humana (arroz, feijão e soja), temos que (1) o feijão tem a menor pegada carbônica por grama de proteína produzida, seguido (2) pela soja, com uma pegada 3.1 vezes maior que a do feijão, (3) pela carne bovina (daqueles 10% mais eficientes), com uma pegada 30 vezes maior que a do feijão, e, por último, (4) pelo arroz, com uma pegada 42 vezes maior que a do feijão.

Fig. 3 – Pegada carbônica por unidade de proteína dos quatro principais alimentos na mesa
brasileira

Ou seja, a produção de carne bovina pode ser menos poluente que a produção de arroz. E, mais ainda, a Embrapa mostrou, em recente pesquisa (2019 3 ), que, quando consorciada com a produção agrícola e florestal, a pecuária tem uma pegada carbônica negativa, ou seja, ajuda a reduzir a quantidade de gases-estufa na atmosfera.

E aí voltamos ao ponto da polêmica envolvendo a “segunda sem carne”. Seguindo a receita de tais “influencers” e ativistas, deveríamos fazer a segunda-feira sem fábricas, a terça-feira sem escritório, a quarta-feira sem carro, a quinta-feira sem usar energia em casa, a sexta-feira sem arroz, o sábado sem carne…pelo menos, o churrasco de domingo estaria salvo.

Ironias à parte, faz sentido tal posicionamento? Absolutamente, não. Mais ainda, na questão dos alimentos, porque as proteínas são fontes de aminoácidos, sem os quais não vivemos, e poucos alimentos contêm os nove aminoácidos essenciais, dentre os vinte e dois aminoácidos que precisamos para manter uma dieta saudável. Tão pouco faz sentido o visceral grito de produtores pecuários e associações de classe, quando mais de 50% deles têm uma pegada carbônica desastrosa e, mais ainda, quando está provado que, na pecuária, ao contrário da maioria das indústrias, processos mais sustentáveis também são mais rentáveis.

Assim, ao invés de lutarmos pelo “dia-sem-isto-ou-aquilo”, deveríamos lutar, todos os lados, por processos produtivos mais sustentáveis. E o boicote deveria ser substituído por decisões. Da parte do consumidor, ele pode optar por marcas mais sustentáveis, mesmo que tenham um preço maior (não por oportunismo, mas pelo custo incremental de tal processo). Como produtor, o caminho é adotar tecnologias e processos mais sustentáveis. E, como banco, fomentar o desenvolvimento – através do capital emprestado para a transformação de processos – viabilizando a aquisição de tecnologias que promovam a sustentabilidade.

Carlos J. P. Gomes, MBA Administração (Co-fundador & CTO BovExo)

BovExo consumo de carne fake news pecuária brasileira pecuária de corte sustentabilidade Tecnologia
Compartilhar. Facebook Twitter LinkedIn E-mail WhatsApp
Notícia AnteriorArroz: receita com exportações cresce quase 400%
Próxima Notícia Garantia-Safra garante R$ 49 milhões a agricultores familiares neste mês
Thais D'Avila

    Repórter do portal A Granja Total Agro. Jornalista formada pela PUC-RS, pós-graduada em Marketing do Agribusiness e especializada em agronegócios.

    Notícias Relacionadas

    Conheça a Safeguard our Soils, plataforma que disponibiliza informações para melhorar a qualidade do solo

    16/12/2024
    Ler Mais

    Meta dos ovinocultores para 2025 é aumentar produção e consumo de carne ovina

    11/12/2024
    Ler Mais

    Plano ABC+RS busca melhorar a sustentabilidade do agro gaúcho

    10/12/2024
    Ler Mais

    Deixe um Comentário ou Resposta Cancel Reply

    Posts recentes
    • Fenasoja movimentou 300% a mais em negócios: R$ 3,6 bilhões 16/12/2024
    • Arrozeiros preocupados com a diminuição de área e de produção do cereal 16/12/2024
    • Conheça a Safeguard our Soils, plataforma que disponibiliza informações para melhorar a qualidade do solo 16/12/2024
    • Os providenciais apoios da Fetag-RS a agricultores e pecuaristas familiares 16/12/2024
    • Momento mais favorável para aquisição de fertilizantes, aponta levantamento 16/12/2024
    Comentários
    • Dirce Zago em Pecuária tântrica
    • Jose Pedro Crespo em Pecuária tântrica
    • Eduardo Salles em App Friboi Pecuarista permite gestão do rebanho
    • Eduardo Salles em Desmatamento: 10 mil pecuaristas do MT estão sem frigorífico para abater
    • Eduardo Salles em Adidos agrícolas discutem a promoção do agro brasileiro no exterior

    Acesse

    • Página Inicial
    • Revista A Granja
    • Política de Privacidade
    • Fale Conosco

    Redes Sociais

    Facebook Instagram Linkedin Twitter Youtube Whatsapp

    Nossos Canais

    • Acessar TV (YouTube)
    • Ouvir Podcast (Spotify)

    Copyright © 2022 EDITORA CENTAURUS LTDA – CNPJ 92.852.565/0001-15 | Todos os direitos reservados.

    Digite acima e pressione Enter para pesquisar. Pressione Esc para cancelar.