O mercado brasileiro de soja teve a semana de 14 a 18 de fevereiro travada em termos de comercialização. Os preços tiveram comportamento regionalizado.
Em relação aos pontos formadores de preço, poucas novidades: o dólar caiu, Chicago teve alta e os prêmios seguiram firmes. O produtor segue retraído, apostando em preços ainda mais consistentes.
Lavouras
Além disso, as atenções estão voltadas para as lavouras. Na região Sul, a falta de chuvas persiste e os prejuízos em termos de produtividade permanecem sendo reavaliados. Nas demais regiões, o problema é o excesso de precipitações, prejudicando a colheita.
A saca de 60 quilos abriu a semana a R$ 206,00 e fechou a R$ 205,00 em Passo Fundo/RS. Em Cascavel/PR, a cotação subiu de R$ 190,00 para R$ 192,00. Em Rondonópolis/MT, o preço recuou de R$ 182,00 para R$ 179,00.
Exportação
No mercado exportador, a semana foi marcada por preços em elevação. Em Paranaguá, a saca passou de R$ 195,00 para R$ 198,00. Os prêmios de exportação seguiram firme, reflexo da lentidão na comercialização no mercado físico e da maior demanda de fora a partir de abril.
Os contratos futuros com vencimento em março subiram 0,57% na semana, fechando a US$ 15,92 por bushel na quinta. A estiagem na América do Sul e a boa demanda pela soja americana dão sustentação às cotações.
Já o dólar comercial acumulava desvalorização semanal de 1,47% até o fechamento da quinta. Mesmo com a maior aversão ao risco no exterior, a moeda americana segue perdendo terreno frente ao real. Isso por causa do forte fluxo de recursos estrangeiros entrando no mercado de capital do Brasil.
Milho enfraquece
O mercado brasileiro de milho teve uma semana de quedas nas cotações em algumas regiões do país. A oferta cresceu, reflexo da colheita da safra de verão, e da necessidade de caixa dos produtores. Os preços acabaram respondendo a esse movimento.
Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, algumas regiões, destacadamente São Paulo, tiveram incremento da oferta. “Os consumidores tentam aproveitar este momento, para exercer pressão sobre o mercado”, aponta.
Para fevereiro, segue uma tendência de pressão de baixa. Mais, adiante, para março, o mercado tende a uma maior firmeza e a avanços nas cotações.
Colheita
Iglesias ressalta que o avanço da colheita da soja será um fator relevante nas próximas semanas, considerando o possível encarecimento do custo do frete. Espera-se, como normalmente ocorre, que haja um foco maior na colheita, comercialização e transporte da soja. Assim, o milho acaba sendo deixado de lado, a oferta do cereal se reduz, e os preços tendem a reagir a isso.
Conforme aumenta a colheita da soja, sobe o valor do frete. Iglesias salienta que São Paulo depende de milho de outras regiões produtoras. Portanto, o consumidor paulista vai encontrar maior dificuldade na obtenção do cereal.
Balanço semanal
No balanço dos últimos sete dias, entre as quintas-feiras 10 e 17 de fevereiro, o milho em Campinas/CIF na venda caiu de R$ 101,00 para R$ 99,00 a saca. Ou seja, baixa de 2,0%. Na região Mogiana Paulista, o cereal na venda recuou de R$ 100,00 a saca para R$ 97,00 a saca, queda de 3,0%.
Em Cascavel, no Paraná, no comparativo semanal, o preço recuou de R$ 98,00 para R$ 97,00 a saca. Portanto, desvalorização de 1,0%. Em Rondonópolis, Mato Grosso, a cotação se manteve em R$ 85,00.
Já em Erechim, Rio Grande do Sul, o valor baixou de R$ 101,00 a saca para R$ 100,00, queda de 1,0%. Em Uberlândia, Minas Gerais, a cotação seguiu em R$ 94,00 a saca. Em Rio Verde, Goiás, o mercado também manteve-se em R$ 94,00.
Fonte: Safras & Mercado