* Texto de Pedro Hameister
O Grupo Progresso, grande produtor agrícola do Piauí, teve nesta sexta-feira, 18, mais uma edição do seu tradicional dia de campo. Nesse ano, o evento contou com um espaço dedicado especialmente às mulheres envolvidas com o agronegócio e foi chamado “Mulheres que fazem progresso”. O encontro foi realizou-se na sede do grupo, a Fazenda Progresso, localizada no município de Sebastião Leal, sudoeste do estado.
A programação se iniciou com um tour das convidadas pela fazenda guiado pela proprietária e cofundadora do grupo, Ani Sanders. O grupo passou por algumas das principais estruturas desta unidade produtiva, que soma 35 mil hectares de lavouras. Ani falava com emoção sobre o significado delas e a importância que elas têm para esse gigante do agro piauiense.
Vivências

Encerrado o tour, foi dado início a uma série de palestras onde quatro convidadas compartilharam suas vivências, experiências e aprendizados como mulheres envolvidas com o agronegócio. Quem abriu a programação foi Sônia Bonato, produtora rural de Goiás.
Ela contou um pouco sobre sua trajetória no setor, que se iniciou ainda na infância. Começou a trabalhar aos 8 anos de idade na casa dos funcionários de uma fazenda. Sônia não segurou a emoção enquanto relembrava de todo o espaço que conquistou após muitas dificuldades e trabalho duro ao lado do marido.
Eu não sabia nada sobre o agro e tinha que ajudar o meu marido na fazenda. Então, comecei a estudar, ir a palestras e a dias de campo. Em muitos deles, eu era a única mulher.
Sônia Bonato
Durante sua fala, Sônia usou sua vivência como um exemplo de como é importante que as mulheres tenham não apenas coragem para encarar as dificuldades, mas também iniciativa. “Quando você enxergar um desafio, não diga que é difícil. Enxergá-lo como algo difícil vai torná-lo ainda mais pesado. Tente. Vamos deixar a nossa zona de conforto, pegar a mão do entusiasmo e caminhar.”
Construção
Em seguida, quem teve a palavra foi Cida Muniz, gerente comercial das revistas A Granja, AG e A Granja Kids. Ela falou sobre mudar a forma de agir para construir.

Sua apresentação enfatizou a importância da qualificação e do conhecimento dentro do ramo. Ainda trouxe como referência diversas mulheres que marcaram a história do Brasil pela sua iniciativa, conhecimento e coragem, como Ana Pimentel, Brites Mendes, Esperança Garcia e Amélia Bevilaqua.
Cida também citou como exemplos a serem seguidos as próprias palestrantes que estavam ao lado dela no evento. Ao mencionar Sônia Bonato, ela enfatizou: “É uma pequena produtora, mas uma grande mulher”.
Ela ainda acrescentou o quanto é importante que as mulheres do agro se envolvam não apenas com suas propriedades. Mas também com as comunidades ao redor para o seu crescimento.
União
A terceira palestrante foi Gisela Introvini, engenheira agrônoma e superintendente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte (Fapcen). Nascida no Paraná, Gisela atua há mais de 20 anos no agro do Maranhão. É uma grande responsável, junto com a Fapcen, pela evolução da produção de grãos no Nordeste.
Gisela enfatizou os principais frutos do seu trabalho na produção agrícola nordestina e a importância da união entre as mulheres que atuam no setor. Segundo ela, nem sempre são os homens que diminuem as mulheres dentro do agro.
Algumas mulheres também afastam as outras por um sentimento de competitividade. A sororidade precisa prevalecer, ou você se torna uma mulher egoísta e que só pensa em si mesma.
Gisela Introvini
Comprometimento
A última convidada foi a artista plástica Vilma Machado, que participou virtualmente, direto da Holanda. Sua fala destacou a importância do comprometimento, do amor ao que se faz e da responsabilidade.
O evento ainda contou com uma apresentação cultural e com a presença da prefeita de Sebastião Leal, Manoelina Borges, e da diretora executiva do Rabobank Brasil, Pollyana Saraiva.
No encerramento, a anfitriã Ani Sanders e sua filha Greicy, que é diretora administrativa do Grupo Progresso, agradeceram com entusiasmo à presença de todas e se mostraram confiantes de que aquelas mulheres saíram de lá transformadas pelo que ouviram.