Francisco Vila*
(…) Estamos entrando num momento que ganhou a denominação de “novo normal”. Isso é tanto positivo quanto perigoso. Falamos em metaverso, e, enquanto a tecnologia 5G ainda nem está implementada no País, as indústrias já trabalham no desenvolvimento da 6G.
Para ampliar ainda mais o choque, ficamos sabendo da existência de uma máquina alemã que faz tudo – desde o preparo de solo, o plantio e a aplicação de defensivos até a colheita! Tudo isso apenas com um só equipamento e até sem trator! Perante essa (r)evolução, reapresentamos, nesse artigo, a metáfora do One Stop Shop. O modelo serviu para organizar os fluxos materiais e de informação em nossa cadeia produtiva.
Estamos aprendendo que esse novo normal nos obriga a desenvolver conceitos e práticas ainda mais sofisticadas para obter acesso àquelas novidades de insumos e sistemas que nos permitem manter nossa competividade. Ou seja, assegurar a margem que precisamos para sustentar a família e obter caixa para inovar e investir.
Com a inovação das tecnologias de comunicação, também mudou o paradigma histórico da produção no campo. Durante séculos, o dono da fazenda definiu o que e como iria plantar, colher, criar ou engordar. Seus produtos eram vendidos no mercado local, geralmente através de intermediários e sem poder de influência sobre o preço. O boi era uma commodity.
Isso mudou! Hoje, o fazendeiro ouve a voz do mercado e ajusta a sua produção constantemente, conforme as demandas cada vez mais detalhadas do consumidor. Com isso, estamos no meio do que se pode chamar de “inversão da cadeia de alimentos”. Vários estados já criaram mecanismos de conversas diretas entre a mesa e o campo que permitem uma produção mais “customizada”.
Do lado da produção, drones e aplicativos sofisticados ajudam no monitoramento e na intervenção direta com chips instalados nos animais, ou através da nanotecnologia nos grãos. Essa nova realidade revela que estamos driblando a natureza com um amplo leque de ferramentas baseadas na TI e na comunicação universal (imediata e de qualquer lugar).
Precisamos definir como podemos manter nossa competitividade nesse contexto hiperdinâmico. A principal resposta é juntar forças com colegas, através de entidades de classe, bem como com as indústrias, que podem e devem construir plataformas de capacitação integrada e contínua de seus clientes.
O marketing holístico resume essa abordagem; todavia o gráfico da Plataforma Integrada vai mais longe e oferece uma solução ainda mais inclusiva. Trata-se de uma estratégia integrada dos principais insumos que precisam ser equilibrados para avançar, de forma compartilhada, na sofisticação do nível técnico nas fazendas.
*Consultor internacional e colunista da Revista AG
Confira o artigo completo na Revista AG de fevereiro!