Com o início da invasão da Rússia à Ucrânia, na madrugada desta quinta-feira (24), o agro brasileiro começa a se questionar sobre possíveis reflexos do conflito ao setor no país. Segundo o professor Marcos Fava Neves, ainda é preciso aguardar para saber as dimensões do conflito.
Se for uma coisa que termina em dois ou três dias, for uma invasão sem reação, os mercados se acalmam mais rapidamente.
Entretanto, Fava Neves prevê estresse nos mercados, especialmente de grãos, caso o problema se prolongue. O especialista diz que é importante observar o comportamento da China em relação à invasão. “São muitas variáveis, mas a principal é a dimensão do conflito.”
Na mesma linha, o consultor de mercados Carlos Cogo afirma que ainda é cedo para ter ideia exata das consequências. Segundo ele, parte dos reflexos já está sendo vista: forte alta dos futuros do trigo, milho e soja no noturno de Chicago.
Depois, teremos reflexos nos embarques de fertilizantes que saem da Rússia e Belarus.
Dólar e combustíveis no Brasil
O dólar abriu hoje a R$ 5,05 e há um mês estava a R$ 5,49. Embora o dólar esteja em queda, o barril do petróleo no mercado internacional já superou o patamar dos U$S 100, pela primeira vez em sete anos.
Isso impede que o valor dos combustíveis seja reduzido no mercado brasileiro. Apesar da conversão da moeda norte-americana estar mais favorável.
A Rússia é um grande produtor de petróleo. E o conflito militar afeta o preço no mercado.
Otan manifesta repúdio à Rússia
Em comunicado à imprensa, a Otan, Organização do Atlântico Norte, que reúne 30 democracias, condenou veementemente o ataque russo ao país europeu. Mesmo a Ucrânia não fazendo parte da Otan, as manifestações de apoio dos aliados vêm sendo divulgadas em todos os canais.
Conforme o comunicado, a Rússia pagará um preço econômico e político muito alto. “A OTAN continuará a coordenar estreitamente com as partes interessadas relevantes e outras organizações internacionais, incluindo a União Europeia.”
O comunicado diz ainda que a aliança continuará a tomar todas as medidas necessárias para garantir a segurança e a defesa de todos os Aliados. “Estamos enviando forças terrestres e aéreas defensivas adicionais para a parte oriental da Aliança, bem como recursos marítimos adicionais. Aumentamos a prontidão de nossas forças para responder a todas as contingências.”
Em sua conta no Twitter, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, escreveu: “Nossos pensamentos estão com o povo da Ucrânia. As ações da Rússia representam uma séria ameaça à segurança euro-atlântica”.
Brasileiros na Ucrânia
O Ministério das Relações Exteriores comunica que a Embaixada do Brasil em Kiev permanece aberta e dedicada, com prioridade à proteção dos cerca de 500 cidadãos brasileiros na Ucrânia. A Embaixada vem renovando o cadastramento dos brasileiros e tem-lhes transmitido orientações, por meio de mensagens em seu site (acesse clicando aqui), em sua página no Facebook (clique aqui para entrar) e em grupo do aplicativo Telegram (clique aqui para acessar).
O governo federal pede aos cidadãos brasileiros em território ucraniano, em particular aos que se encontrem no leste do país e outras regiões em condições de conflito, que mantenham contato diário com a Embaixada. Caso necessitem de auxílio para deixar a Ucrânia, devem seguir as orientações da mesma.
E, se residentes no leste precisarem se deslocar para Kiev, façam-no assim que as condições de segurança o permitirem. O Itamaraty disponibiliza, ainda, para casos de emergência consular de brasileiros na Ucrânia e seus familiares, o número de telefone de plantão consular +55 61 98260-0610.