O Ministério da Agricultura (Mapa) inverteu a estratégia de vacinação contra a febre aftosa nos dez estados integrantes do Bloco IV do Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa – PNEFA (BA, DF, ES, que já adotava a inversão, GO, MG, MS, MT, RJ, SE, SP e TO).
Assim, 61,3 milhões de bovinos e bubalinos de 0 a 24 meses deverão ser imunizados em maio. E, o rebanho todo, em novembro. Segundo Pesquisa Pecuária Municipal do IBGE (2018), o bloco IV responde pela maior parte da produção pecuária nacional com 131.760.392 bovinos e 288.295 bubalinos.
Cronograma
A decisão deve ajustar a demanda de vacina contra a doença ao cronograma de produção da indústria. Além de manter os índices vacinais do rebanho brasileiro perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). “Nosso desafio, nesta fase final do Plano Estratégico do PNEFA, envolve, de um lado, programar a suspensão da vacinação. De outro, garantir a vacina para os estados onde ainda é realizada. Exigindo intenso planejamento com a indústria produtora de vacina”, afirma Geraldo Marcos de Moraes, diretor do Departamento de Saúde Animal (DSA), do Mapa.
Moraes garante que a demanda de vacina para este ano já está acordada e programada com as fabricantes. Assim, a expectativa é que a inversão permita uma correta distribuição para os estados envolvidos.
Isso dentro dos meses previstos para vacinação. Sem necessidade, a princípio, de prorrogação das etapas, como foi observado no ano de 2021. “Estamos em constante articulação com os serviços veterinários estaduais, com o setor produtivo e com a indústria produtora de vacina no país, para que as últimas etapas de vacinação contra a febre aftosa ocorram de forma adequada”, afirma.
Outros estados
O restante dos estados deve seguir normalmente o calendário nacional de vacinação contra febre aftosa, que poderá ser consultado no site do PNEFA, no portal do Mapa. Atualmente, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso são reconhecidos internacionalmente como zonas livres de febre aftosa sem vacinação, além de Santa Catarina.
Juntos, eles deixam de vacinar mais de 40 milhões de cabeças. O que corresponde a cerca de 20% do rebanho bovino brasileiro. A meta do PNEFA é que o Brasil se torne totalmente livre de febre aftosa sem vacinação até 2026.