O Matopiba, região que abrange os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, teve um crescimento de 92% na produção de grãos, nos últimos dez anos. Os números fazem parte do estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2022/23 a 2032/33. O estudo foi elaborado pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Os principais municípios produtores de grãos são Barreiras, Correntina, Formosa do Rio Preto, Jaborandi, Luís Eduardo Magalhães, Riachão das Neves e São Desidério, na Bahia; Balsas e Tasso Fragoso, no Maranhão; Baixa Grande do Ribeiro, Bom Jesus, Ribeiro Gonçalves, Santa Filomena e Uruçuí, no Piauí; e Campos Lindos, no Tocantins.
Para os próximos dez anos, é esperada uma alta de 37%. Entretanto, a área deverá aumentar bem menos, pouco mais de 17%. Esse crescimento baseado na produtividade, se deve, conforme o estudo, a uma dinâmica diferenciada de crescimento agrícola, que deve atingir uma produção de grãos de 48 milhões de toneladas. Dos 15 municípios selecionados, o aumento da produção deve ser próximo de 40% no próximo decênio. Entre estes, estão Uruçuí (PI), Ribeiro Goncalves (PI), Riachão das Neves (BA) e Jaborandi (BA).
Soja, milho e algodão se destacam na Bahia, enquanto, nos outros estados, há destaque também para o arroz, além da soja e do milho. O principal bioma é o Cerrado (91%), seguido de 7% da Amazônia e 1,6% da Caatinga.
Existem na área cerca de 324 mil estabelecimentos agrícolas, 46 unidades de conservação, 35 terras indígenas, 36 quilombolas e 1.053 assentamentos de reforma agrária, de acordo com levantamento feito pelo Grupo de Inteligência Estratégica (Gite) da Embrapa.
Participação da agricultura familiar
Nos números que projetam a próxima década foi estimada a participação da agricultura familiar em diversas atividades. Esses resultados são importantes pois permitem observar melhor a potencialidade do setor. Na horticultura, o Censo 2017 registra 1 milhão de estabelecimentos. Deste total, 908 mil são familiares. Nesta atividade, a agricultura familiar representa 82,8% dos estabelecimentos e gera 60% do valor. Já na floricultura, entretanto, a agricultura familiar é menos relevante: em 16.408 estabelecimentos totais, 10.898 são familiares representando 66,4%; no valor das vendas, a participação familiar no total é de 19,5%. Soja, feijão e milho são as atividades onde a agricultura familiar tem menor participação. Na soja, a participação na produção total é de 9%, feijão e milho, 12% cada uma. De acordo com a análise das projeções, essa baixa participação pode ser em razão da economia de escala e tecnologia, atributos relevantes na produção moderna. Isso tende a isolar os estabelecimentos com menor escala de produção.