As práticas de bem-estar animal são cada vez mais importantes na pecuária, principalmente pelas exigências do mercado, pois a maneira como os animais são tratados tem reflexos diretos na qualidade do produto, ou seja, a carne para o consumidor.
A importância do bem-estar animal na qualidade da carne e, portanto, os reflexos para a rentabilidade do criador foram abordados no programa A Granja na TV de terça-feira, 10, na Ulbra TV, por Andrea Mesquita, CEO e fundadora da empresa Território da Carne.
Conforme ela, a Território da Carne nasceu como uma empresa focada em educação para o mercado pecuário, desde o produtor, na ponta da fazenda, até o grande consumidor, “a grande razão, o grande motivo”, da produção de uma proteína tão importante para as pessoas em todo o mundo.
“E aí dentro dessa empresa de educação a gente gera negócio a gente ajuda o produtor a nutrir melhor seus animais, mas ajudamos o varejista a vender melhor na ponta, fazendo com que se tenha uma cadeia mais eficiente, com um produto da mais alta qualidade”, descreveu.
De acordo com Andrea, a preocupação com o bem-estar animal é inerente àquilo que “dói mais”, a rentabilidade da cadeia.
“Então, as margens estão mais desafiadoras, estamos com um nível de profissionalização cada vez mais alto e, obviamente, que isso faz com que olhemos para todas as mínimas linhas. E bem-estar animal, qualquer aumento de eficiência em qualidade faz parte deste aumento de margem e de resultado da operação”, destacou.
E, segundo a especialista, quanto mais próximo do período do abate, mais impacto o bem-estar do animal tem para a qualidade da carne.
“Sem dúvida nenhuma, quando a gente está falando da linha de produção, transporte e manejo pré-abate têm uma relação muito íntima com a qualidade da carne”, esclareceu.
Jejum dos animais
Ela lembrou que próximo do período de abate o jejum controlado é muito importante, o mínimo período de horas, mas também não são tantas horas para o animal chegar até o abastecedouro, ao frigorífico.
“É preciso tomar muito cuidado, o manejo”, ressaltou.
“A gente tem uma noção que a grande parte das fazendas ainda não tem um tronco em condições viáveis para o animal ser embarcado, ser pesado. Então tem caso de fratura no pré-embarque, no momento de embarque. Temos que tomar cuidado com as contusões, de choque do animal com outro, animal que bate em pedaços de cerca de madeira ou no próprio caminhão”, advertiu.
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“Tudo isso vai fazendo com que o animal eleve o seu nível de estresse. E essa elevação do nível de estresse, assim como nós, os humanos, vai acarretar em mudanças biológicas e fisiológicas que impactam diretamente na qualidade da carne”, prosseguiu.
“Sem contar que hoje o consumidor, o nosso grande objeto de estudo, ele compra com os olhos. Então, uma carne que tem qualquer alteração fisiológica e biológica que mude a coloração, a gordura da carne, que tem um hematoma, isso vai causar uma rejeição ali na gôndola e, consequentemente, vai impactar financeiramente”.]
A entrevista completa e mais informações sobre o agro gaúcho, brasileiro e mundial no programa A Granja na TV de segunda-feira, dia 9, na Ulbra TV – Canal 48.1 TV Digital e 521 da NET Porto Alegre.