O Serviço Nacional de Sanidade da Argentina (Senasa) confirmou nesta terça-feira o primeiro caso positivo de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade em aves de produção comercial. Foi na província de Rio Negro, na Região da Patagônia argentina. Desta forma, o país vizinho perde o status de livre da enfermidade. Essa declaração faz com que a Argentina suspenda as exportações de produtos avícolas, de acordo com as normas internacionais.
O comunicado oficial destaca que a produção continuará normalmente, pois a doença não é transmitida através do consumo de carne e ovos. Mesmo os frigoríficos exportadores poderão continuar comercializando no mercado interno argentino. A região onde foi detectado o foco tem baixa densidade de aves de produção. Conforme o governo argentino, todas as medidas de contenção estão sendo tomadas, para evitar a dispersão da doença para outros estabelecimentos.
Das 177 notificações analisadas pelo laboratório do Senasa até agora, 25 foram confirmados em aves silvestres, 3 em propriedades não comerciais e uma no setor comercial.
Os casos registrados na Argentina e no Uruguai acenderam o alerta na produção brasileira, especialmente na gaúcha e argentina, pela proximidade. No Rio Grande do Sul, além da divulgação de orientações em regiões produtoras, estão sendo utilizados drones para o monitoramento de aves migratórias. Em Santa Catarina, mensagens de alerta vem sendo direcionadas a turistas e viajantes, além de materiais educativos para as regiões de granjas.
Conforme o presidente executivo da Associação Gaúcha de Avicultura, José Eduardo Santos, ainda é cedo para dizer se as exportações brasileiras poderão ocupar o espaço das vendas argentinas durante a suspensão. “A Argentina tem de 28 a 30 dias para conter o foco. Se conseguirem controlar a situação, neste período poderão retomar as vendas externas. Se o prazo se estender, o Brasil poderá ser beneficiado, já que é um protagonista na exportação de produtos avícolas”, explica o dirigente.
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