Se a chuva colaborar, o produtor Victor Griesang, da Sementes Tropical, pretende colher 20% a mais de algodão do que na safra anterior. O percentual é superior ao projetado pela Companhia Nacional de Abastecimento para a cultura, que prevê elevação de 15% em relação à safra passada – recuperando os números do setor. A Conab projeta uma safra de 2,71 milhões de toneladas da fibra.
Griesang cultiva também soja e milho na região da Serra da Petrovina, Sul do Mato Grosso. O trabalho com algodão começou em 1999, com plantio de segunda safra, após a colheita da soja.
Aposta é no ciclo mais curto e os ganhos agronômicos, já que a soja contribui com a fixação de nitrogênio no solo, disponibilizando nutrientes para a safra seguinte. Nesta safra, o grupo encontrou uma boa janela de plantio de soja e está cultivando algodão em 2.000 hectares, uma área 60% maior do que no ano passado.
A explicação para a aposta de risco é nas condições climáticas favoráveis do Mato Grosso, bem como nos solos férteis e alta capacidade técnica, segundo Griesang. “O algodão é muito suscetível a fatores climáticos e macroeconômicos e requer investimentos.”
Biotecnologia
Um deles é em biotecnologia, para o enfrentamento de pragas e doenças. “Não adianta plantar o algodão sem tecnologia, pois o custo da cultura é alto e temos janelas extremamente curtas.”
Desde 2015, a Sementes Tropical utiliza biotecnologias que trazem maior segurança no controle de pragas. Pela segunda vez, estão utilizando sementes Bollgard® 3 RRFlex.
Para o líder do Negócios de Algodão da Bayer para a América Latina, Rafael Mendes, “a Bollgard® 3 RRFlex é uma parte importante da estratégia para o manejo de insetos na cultura do algodão, já que proporciona proteção contra as principais lagartas que atacam a cultura”, explica. Entre elas a falsa medideira, curuquerê, lagarta rosada e lagarta da maçã, a biotecnologia também adiciona proteção contra lagartas dos complexos Spodoptera spp e Helicoverpa spp.
Produtividade
Depois que passou a investir em biotecnologia, hoje presente em cerca de 90% das áreas destinadas à cultura na fazenda, o grupo Sementes Tropical viu um salto de produtividade do algodão. “A cultivar com a qual nós mais tivemos resultados foi em 2019/2020, com talhões acima de 400 arrobas, algo que pode se repetir em 2022”, revela Griesang “Também notamos uma maior qualidade da fibra. Isso nos deixa muito contentes, pois não adianta ter um alto teto produtivo com padrões que não são de exportação”, defende.
O olhar para a sustentabilidade também está presente na aposta por sementes biotecnológicas. “Quando temos uma tecnologia na semente que nos protege de alguns insetos e reduz a necessidade de aplicação defensivos agrícolas, sem dúvidas estamos contribuindo para um tipo de produção mais sustentável. Ter essa resistência na planta é o caminho mais sustentável que pode haver eisso converge com nossos valores como empresa”, finaliza Griesang.