O hectare da lavoura de trigo deverá custar R$ 4.223,27 ao produtor paranaense. O levantamento é do Deral/PR em relação à safra 2022. Os vilões da alta dos gastos são:
- fertilizantes, que compõem 27,25% dos custos variáveis,
- operações de máquinas e implementos que representam 10%,
- agrotóxicos com 8,48%
- sementes com 7,37%.
Planejamento
Portanto, o cenário exige planejamento para reduzir os custos da lavoura de inverno. No entanto, sem comprometer o potencial produtivo. Veja quais são as tendências para a próxima safra. E, o mais importante: orientações para a melhor racionalização dos recursos que serão investidos na cultura do trigo.
Nos últimos dois anos, a escalada de preços dos insumos acompanhou a cotação dos grãos no mercado internacional. No trigo, os principais custos de produção estão nos insumos (fertilizantes, defensivos e sementes) e operações na lavoura (combustível, tratos culturais, transporte). A maior alta foi nos fertilizantes, que subiram mais de 100% no último ano.
Produtividade
Segundo o engenheiro agrônomo do Deral/PR, Carlos Hugo Godinho a produtividade precisa atingir os 48 sc/ha para empatar o desembolso. Isso considerando a cotação atual de R$ 88,00/sc de trigo. No entanto, a média de produtividade no Paraná nos últimos cinco anos tem sido de 42 sc/ha.
Godinho lembra que o milho, principal concorrente do trigo no norte do Paraná, também está com preços elevados. “Com a saída da soja mais cedo, os produtores tendem a destinar as lavouras para o milho safrinha”, conta o agrônomo.
Cotação
Já a analista de mercado de trigo da Conab, Flávia Starling Soares, avalia que os custos de produção de todas as commodities subiram. “Não é uma exclusividade do trigo, mas de todos os grãos que têm por referência a cotação internacional”, afirma.
A analista, destaca que essa tendência de alta nos preços observada nos dois últimos anos deverá seguir em 2022. Segundo ela, devido à alta cambial, aos baixos estoques mundiais e frustrações em diversas regiões produtoras de trigo.
Além disso, de acordo com ela, muitos produtores já estão com os insumos comprados. Ou seja, os custos de produção deverão ficar mais baixos no balanço final, considerando uma boa produtividade na safra de inverno.
Como economizar na lavoura
O trigo exige um mínimo de tecnologia para ser produzido. No entanto, práticas promotoras e protetoras do potencial produtivo da lavoura precisam ser avaliadas de acordo com o retorno econômico que proporcionam.
Maior produtividade nem sempre se traduz em maior lucro no trigo. Enquanto que rendimentos de grãos acima da média geralmente são resultado do alto investimento em insumos.
“É importante manter um equilíbrio das contas agora, na implantação da lavoura. O ideal é alcançar o maior rendimento de grãos associado à máxima rentabilidade possível”, orienta o pesquisador da Embrapa Trigo, João Leonardo Pires.
Contudo, segundo ele, muitas vezes, é mais vantajoso para o produtor assumir um teto de rendimento menor, mas com boa rentabilidade.
A pesquisa identificou diversas formas de ajustar o manejo da lavoura, reduzindo custos e mantendo o potencial produtivo. Alguns exemplos, entre outros que variam conforme o potencial produtivo e os riscos da região, o histórico da propriedade e do clima, são:
- escolha da cultivar mais apropriada para cada modelo de negócio/ambiente de cultivo;
- redução na densidade de semeadura; ajuste de adubação;
- evitar produtos/práticas com resultados duvidosos;
- rotação de culturas; sistema plantio direto bem conduzido;
- controles fitossanitários por monitoramento e não por calendário;
1 comentário
Bom dia
Estão colocando o produtor d trigo como se ele nao soubesse o q faz…Ninguem joga produto fora ou faz aplicaçoes desnecessarias…
Em anos d preços bons, ousamos, experimentamos, inovamos mais…esse ano isso nao será possivel…