O continente Americano está próximo de um feito inédito: alcançar a erradicação de febre aftosa. Nenhum outro continente conseguiu esse status até agora. A previsão é de que, com a conclusão do processo na América do Sul, a América chegue neste objetivo em dois ou três anos. América do Norte, Central e Caribe já estão livres da doença.
A informação é do coordenador do Programa de Febre Aftosa do Centro Panamericano de Febre Aftosa (Panaftosa), Diego Viali dos Santos. Ele foi entrevistado de José Arthur Martins no Programa A Hora do Boi. O episódio completo estreia nesta quinta-feira (25), às 12h no Youtube A Granja Total Agro.
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O Brasil já é considerado área livre de febre aftosa, tendo algumas localidades ainda utilizando a vacinação. Por aqui, o objetivo é suspender a vacinação até 2025, com reconhecimento internacional pela Organização Mundial da Saúde Animal em 2026. Conforme Santos, a medida integrada com os demais países poderá ocorrer graças à articulação promovida pela Cosalfa – Comissão Sul-Americana de Luta contra a Febre Aftosa. O grupo que se reúne anualmente, chegará ao encontro de número 50 em abril do ano que vem, no Rio de Janeiro.
Ao longo dos anos, a Cosalfa conseguiu colocar à mesa representantes dos setores público e privado para debater e construir um programa hemisférico de combate à doença, que causa inúmeros prejuízos à pecuária mundial. “É uma doença que não respeita fronteiras. Não adianta o Brasil fazer um trabalho isolado, a Argentina outro e o Paraguai outro. E é isso que vemos em outros continentes, não há coordenação de atividades”, afirma o médico veterinário. Segundo ele, foi essa conversa entre todos os atores, com as particularidades de cada país que permitiu chegar ao nível atual. “Estamos perto de erradicar uma enfermidade em um continente, com o trabalho de muita gente. Um feito histórico.”
Mesmo com a proximidade deste objetivo grandioso, Santos alerta que os países – produtores, indústrias e o Serviço Veterinário Oficial, não podem relaxar. Atualmente, conforme dados apresentados pelos países à Cosalfa, o custo do setor privado com vacinação na América Latina chega a R$ 200 milhões por ano.