Um estudo realizado pela Embrapa e pelo Instituto Federal Sul Rio-grandense (IFSul, Campus Bagé) demonstrou a capacidade de persistência e dispersão de sementes de capim-annoni após passarem pelo trato digestório de bovinos, ovinos e aves.
Os experimentos com bovinos e ovinos foram conduzidos na Embrapa Pecuária Sul e contaram com a avaliação do comportamento das sementes após passagem pelo trato digestório dos animais. Em ambos os casos, os animais não conseguiram fazer a digestão completa dos materiais.
Segundo a pesquisadora da Embrapa Fabiane Pinto Lamego, o estudo comprova cientificamente que a ingestão desta planta invasora na atividade pecuária é mais um potencial dispersor das sementes na pastagem, seja na mesma propriedade ou de uma área infestada para outra livre.
“Existem diversas possibilidades de dispersão da semente de capim-annoni e essa é mais uma das formas que ajudam na multiplicação e na perpetuação da planta invasora. Os estudos reforçam a necessidade de recomendação de que animais oriundos de áreas de infestação devem ser mantidos em quarentena em espaço reservado, no intuito de não disseminarem essas sementes em novo local”, destaca a pesquisadora.
Método para frear disseminação de capim-annoni
A pesquisa demonstrou que o ponto mais alto da dispersão de sementes ainda íntegras ocorre até o terceiro dia após a ingestão, quando 20,8% dos materiais consumidos são expelidos e recuperados nas fezes tanto de bovinos como de ovinos.
“Os animais receberam, na alimentação, uma quantidade conhecida de sementes de capim-annoni e foram avaliados por sete dias. Nesse período, verificamos o quanto de sementes passou pelo trato digestório e saiu nas fezes”, explica a cientista.
Segundo Fabiane, a recomendação é de que animais oriundos de áreas de infestação devam ser mantidos em quarentena, em espaço reservado, no intuito de conter a disseminação das sementes.
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