Análise da Datagro sobre a safra de soja na América do Sul confirma novo recorde de área semeada em 2021/22. Isso ratifica a intenção de plantio divulgada pela consultoria em agosto de 2021.
Por outro lado, em relação à produção, o desempenho não foi tão satisfatório devido às chuvas escassas observadas no Centro-Sul do Brasil, Paraguai e Argentina.
O levantamento aponta para 63,75 milhões de hectares, bem acima dos 62,71 milhões apontados no relatório de fevereiro. E 4% superior aos 61,44 milhões colhidos na temporada 2020/21.
Houve aumento expressivo nas áreas de Paraguai, Uruguai, Brasil e Bolívia. Mas na Argentina foi registrado retração pelo segundo ano consecutivo.
181,54 milhões de toneladas
Considerando rendimento bem aquém da normalidade, a Datagro revisou a produção potencial da região para 181,54 milhões de toneladas, enquanto a estimativa anterior era de 181,84 milhões.
O número representa um corte de 9% sobre o recorde de 199,08 milhões de toneladas alcançado na safra passada.
O fraco desempenho em termos de produtividade está resultando em renda negativa para essa parte dos produtores mais atingidos pelas perdas. Afinal, a combinação com o forte aumento nos custos de produção não está sendo compensada pela intensa valorização dos preços no mercado internacional.
Flávio Roberto de França Junior, coordenador de Grãos da Datagro
Brasil: -9% na produção
Para o Brasil, o maior produtor de soja do mundo, o novo levantamento indica uma produção de 126,18 milhões de toneladas. A colheita é bem abaixa das 144,07 milhões da intenção de plantio e queda de 9% sobre as 138,82 milhões do recorde obtido no ano passado.
Para a área, projeta-se 41,68 milhões de hectares, ante 39,30 milhões em 2020/21, garantindo, dessa forma, o 15º ano consecutivo de aumento.
Argentina, Paraguai, Bolívia e Uruguai
O potencial de produção da Argentina é de 43,70 milhões, volume 4% abaixo da temporada passada e retração de mais de 20% sobre as 55,00 milhões de 2018/19.
Além da escassez de umidade, a redução da área semeada contribuiu para a queda de produção: foram 16,20 milhões de hectares, ante 16,90 milhões na temporada 2020/21.
No Paraguai a Datagro indica incremento de 14%, de 3,30 milhões de hectares para 3,76 milhões. E a produção, em virtude do clima irregular, deve ser de apenas 4,95 milhões de toneladas, no somatório das safras de verão e de inverno, contra 9,70 milhões em 2020/21.
E a Datagro confirma novo recorde histórico de área para a Bolívia, passando de 1,39 milhão de hectares para 1,45 milhão. A expectativa de safra cheia vai se confirmando, sobretudo pelos números favoráveis da safra de verão: 3,40 milhões de toneladas, acima do potencial inicial de 3,19 milhões, e 6% superior à safra recorde do último ano.
Para o Uruguai, a Datagro sinaliza uma área colhida de 1,16 milhão de hectares, 11% maior do que em 2020/21, mas inferior à projeção inicial de 1,23 milhão.
O potencial da safra é de 3,30 milhões de tonerladas, muito superior à última estimativa, de 2,50 milhões, e 68% a mais do que o ano anterior.
Fonte: Datagro
