O Arkansas se tornou, nessa terça-feira (17), o primeiro estado americano a ordenar que uma empresa controlada pelo Partido Comunista Chinês se desfaça de suas terras agrícolas dentro dos Estados Unidos (EUA). Com essa decisão, a Northrup King Seed Co. terá dois anos para alienar a sua propriedade de 160 acres (aprox. 65 hectares) no Condado de Craighead, informou o procurador-geral do Arkansas, o republicano Tim Griffin.
A medida atende a uma legislação aprovada no começo deste ano pelos legisladores do Arkansas e sancionada pela governadora do estado, a republicana Sarah Huckabee Sanders.
“Nós vamos garantir que toda companhia operando no Arkansas seja uma amiga do Arkansas e boa para os valorosos trabalhadores arkansenses”, afirmou Sanders na coletiva em que, junto a Griffin, anunciou a medida.
Leia mais: EUA quer restringir vendas de terras agrícolas para chineses
A Northrup é uma subsidiária da Syngenta Seeds, a qual pertence à China National Chemical Company (Companhia Química Nacional da China), ou ChemChina, uma companhia estatal chinesa.
O Arkansas ainda multou a Syngenta em US$ 280 mil por não declarar a sua mudança de propriedade, de acordo com uma lei estadual aprovada em 2021, dando 30 dias para que a companhia pague a multa. A Syngenta era originalmente uma empresa suíça, mas foi adquirida pela ChemChina em 2017 por US$ 43 bilhões.
Veja também: “Não queremos o Partido Comunista Chinês em nosso Estado”, afirma DeSantis
No mesmo dia, a Syngenta afirmou que atualizara o seu registro junto ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos após uma revisão interna informando a sua mudança de propriedade, bem como apresentara uma cópia ao estado do Arkansas.
Em defesa da América
Hoje, 24 estados americanos já possuem leis que restringem em algum nível a aquisição de terras agrícolas por estrangeiros. Antes de 2023, porém, eram 14. As ações miram especificamente China, Irã, Coréia do Norte e Rússia, nações consideradas hostis aos Estados Unidos.
A sanção de leis para impedir o avanço desses países sobre o território americano se intensificou após a passagem do suposto balão espião da China pelos EUA no começo deste ano sem que fosse facilmente abatido, além de casos altamente publicitados de entidades ligadas ao Partido Comunista Chinês estarem comprando terras próximas a bases militares americanas na Dakota do Norte e no Texas.