Mesmo em uma safra desafiadora, com a maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul, o prato do consumidor brasileiro não ficou sem arroz.
A variação de preço, provocada pela corrida aos supermercados e pelas dificuldades logísticas decorrentes da enchente, não foi suficiente para desestabilizar o mercado.
Agora, o setor se prepara para mais uma safra, tendo no horizonte a solução de uma equação difícil: manter o preço do grão competitivo para que o produtor gaúcho siga apostando na cultura.
Esses foram alguns dos temas tratados no Painel “Cenários do Arroz – do Campo ao Consumidor”, realizado na segunda-feira, 26, na 47ª Expointer.
Durante o debate, o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, comentou que, apesar das dificuldades enfrentadas pelo setor, o grão brasileiro ainda é um dos mais baratos do mundo para o consumidor.
Com cerca de 85% da safra colhida e armazenada, os produtores viram a enchente interromper a cadeia de distribuição e ameaçar as propriedades.
Além disso, segundo Velho, o setor também precisou enfrentar a interferência negativa do governo federal, que anunciou a importação de arroz a um preço mais baixo.
A importação não se concretizou, mas desgastou a imagem do setor junto ao público e desestimulou investimentos dos empresários para as próximas safras.
Comunicação
Para a diretora executiva da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), Andressa Silva, um dos movimentos que ainda precisa ser explorado na relação dos produtores com o consumidor é a comunicação, para que as boas práticas produtivas e industriais e a qualidade do arroz brasileiro sejam amplamente conhecidas.
Mais sobre o cereal em Arroz brasileiro em busca de maior competitividade no mercado internacional
“Precisamos nos comunicar com o público para contar a história do setor”, destacou.
Ao final do painel, alguns representantes dos arrozeiros foram chamados ao palco pelo diretor jurídico da Federarroz, Anderson Belloli, para que fossem reconhecidos pelo esforço de drenagem do Aeroporto Salgado Filho, no início de junho.
Na ocasião, Belloli salientou o papel do setor na retomada econômica do Estado e, mais do que isso, na promoção da segurança alimentar e do bem-estar da população não só do Rio Grande do Sul, mas do país.
Fonte: Federarroz