O mercado doméstico de arroz vem confirmando o cenário baixista que se desenhava nas últimas semanas. Conforme a consultoria Safras & Mercado, a entrada de safra do Rio Grande do Sul e os recuos do dólar frente ao real trouxeram pressão aos preços domésticos. Isso mesmo com o bom volume de exportação em março.
Boas exportações
Em março, o mercado brasileiro teve bons volumes de exportação contabilizados pela Secex. O volume de arroz exportado foi de aproximadamente 180 mil toneladas.
Apesar destes volumes importantes, a importação volta a crescer, sendo originada principalmente do Paraguai nas últimas semanas de março e neste começo de abril.
Gabriel Viana, analista e consultor de Safras & Mercado
O volume de importação ficou estimado em 111 mil toneladas.
Segundo conversas com compradores e importadores, grandes volumes estão sendo trazidos do Paraguai e devem fazer ainda mais pressão aos preços nos próximos meses.
Gabriel Viana, analista e consultor de Safras & Mercado
Quando analisamos os fatores que, até o final do ano passado indicavam uma temporada de preços em alta, hoje vemos um cenário fortemente baixista
Gabriel Viana, analista e consultor de Safras & Mercado
Menos produtividade
As quedas na produtividade da Região Sul têm se mostrado menor do que era esperado. “Ou seja, podemos ter nas próximas semanas correções positivas para produtividade e produção total da safra gaúcha de arroz”, explica o consultor.
O sétimo levantamento da Conab para 2021/22 indica produção de 10,526 milhões de toneladas. O volume representa decréscimo de 10,5% sobre as 11,766 milhões de toneladas de 2020/21. No levantamento anterior, foram 10,348 milhões de toneladas.
Volatilidade cambial
Quanto a questão cambial, o cenário que se desenhava até o final da temporada passada era de que, sendo ano de eleição, haveria grande volatilidade cambial.
Com os dois principais candidatos da corrida eleitoral sendo fortemente opostos – Lula e Bolsonaro-, era esperado que o mercado ficasse tenso e o câmbio subisse ao longo do ano, atingindo o ápice pouco antes da eleição.
Gabriel Viana, analista e consultor de Safras & Mercado
Futuro Presidente
E o consultor acrescenta: “O que vemos, porém, é um movimento de grande entrada de câmbio do exterior, fortificado pelas seguidas altas da Selic e a lentidão no aumento da taxa de juros norte-americana pelo FED. “Ao mesmo tempo, um mercado que já vem precificando possível vitória de Lula ou Bolsonaro, considerando que ambos devem ter discursos e políticas mais ‘pró-mercado’ nesta eleição”.
Fonte: Safras & Mercado