Duas ferramentas digitais com propostas de auxiliar na gestão de sistemas produtivos integrados foram apresentadas em reunião do Comitê Gestor do Plano ABC+RS.
“Ferramentas de gestão são fundamentais para sabermos como estão os sistemas produtivos e propor políticas públicas de acordo com suas necessidades”, explicou o coordenador estadual do ABC+RS, Jackson Brilhante.
Operação 365
O programa Operação 365, conduzido pela CCGL, Rede Técnica de Cooperativas, Smartcoop e Embrapa, tem como objetivo melhorar a qualidade física, química e biológica dos solos, para elevar a sustentabilidade e a produtividade.
O programa propõe o Índice de Qualidade do Manejo (IQM) como métrica para avaliar o desempenho do produtor na utilização de suas terras, cujo cálculo é baseado na análise de cinco fatores: diversificação das culturas, uso rentável da terra, conservação do solo e da água, nutrição de plantas e qualidade estrutural do solo.
“O solo é o pilar primordial da agricultura, precisamos investir mais para melhorar sua qualidade. O maior vilão é o pousio, o solo parado. Precisamos de plantio direto, palhada, mais raízes nesse solo crescendo o ano inteiro, ou seja, adoção de boas práticas”, destacou o gerente de pesquisa da CCGL/RTC, Geomar Corassa.
Desde a criação do programa em 2019, a Operação 365 fez duas validações a campo do IQM, consolidando sua versão atual em 2022.
No ano seguinte, foram capacitados 391 técnicos de 21 cooperativas para que pudessem iniciar, em 2024, os diagnósticos dos talhões dentro das propriedades interessadas em participar.
Os dados que levam ao cálculo do IQM são lançados no aplicativo Smartcoop, que apresenta o diagnóstico dos talhões.
O valor de IQM alcançado pode certificar a propriedade nas categorias Gold, Platinum e Carbon, como unidades que aplicam boas práticas agrícolas de produção.
ILPF Digital
A coordenadora das Câmaras de Carbono e Agricultura Digital da Rede ILPF, Fernanda Granja, apresentou o aplicativo e plataforma ILPF Digital, uma iniciativa da Rede, em parceria com nove empresas e com financiamento do Land Innovation Fund.
A plataforma tem por objetivo fazer o mapeamento dos sistemas de integração lavoura-pecuária-florestas e suas variações, levantando informações como áreas das diferentes modalidades do sistema, qual a taxa de crescimento em cada região, qual a expansão dos sistemas de um ano para outro e as espécies e os manejos adotados na IPFL.
“A ideia não é que seja um mapeamento completo, mas uma amostra representativa de cada região e modal de produção. Os dados inseridos na IPFL Digital ajudam a calibrar uma inteligência artificial que depois poderá nos dar uma estimativa de área e mapeamento dos sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta em atividade”, detalhou Fernanda.
Por enquanto, a ferramenta está sendo utilizada na região do Cerrado, nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.
“Estamos avançando na inclusão da região Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e queremos trabalhar para expandir o uso da plataforma a outras regiões do país”, pontuou.
O coordenador estadual do ABC+RS, Jackson Brilhante, deixou como encaminhamento uma reunião de entidades do agro no Rio Grande do Sul com a Rede IPFL, para evoluir a catalogação de sistemas integrados do estado dentro da plataforma.
Reconstrução do RS
Brilhante trouxe a proposição de transformar o Comitê Gestor do ABC+RS em um ponto de referência para a reconstrução do estado, após as enchentes de maio.
“A recuperação dos solos é um dos grandes temas dentro da reconstrução, e envolve diversas entidades que compõem o Comitê Gestor”, explicou.
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“Muitas ações de recuperação previstas estão enquadradas dentro da política do ABC+, o plano tem muitas ferramentas para auxiliar no processo. Seu objetivo, adaptação e resiliência, se encaixa perfeitamente em tudo o que o estado precisa trabalhar nesse momento”, ressaltou o auditor fiscal federal agropecuário Lineu Trindade Leal, representante do Mapa no Comitê Gestor Estadual.