Como foi o comportamento dos mercados mundiais de soja e milho nos primeiros dias após o anúncio da eleição do republicano Donald Trump à Presidência do Estados Unidos foi assunto do comentário semanal do analista da plataforma Grão Direto, Gabriel Souza, no programa A Granja na TV de segunda-feira, 11, na Ulbra TV.
“Os primeiros dias pós-eleições acabaram movimentando bastante os mercados de grãos. Na quarta-feira o mercado ainda abriu, testou umas baixas, uns patamares de queda, depois acabou se recuperando, e isso no decorrer da semana acabou bem positivo, com cenário bem otimista”, resumiu.

“Mas isso também acabou emendando com a questão do relatório do USDA de sexta-feira. O relatório veio mais pessimista com relação ao volume de soja da safra americana, e esse pessimismo do mercado físico da quantidade de grãos acabou acarretando num otimismo com relação à precificação em Chicago”, complementou.
Segundo Souza, logo após a divulgação do resultado da eleição, o dólar no Brasil teve, inicialmente, uma forte baixa.
“Isso por conta do fortalecimento da moeda americana devido a algumas decisões e coisas que o Trump provavelmente vai fazer com relação à geopolítica americana. E decisões econômicas também”, justificou.
Desta forma, o dólar acabou reduzindo um pouco as cotações de soja e milho.
“Mas observamos que na sexta-feira, de 15 minutos até uma meia hora, 40 minutos, teve uma volatilidade que acabou jogando os preços para cima. A gente conseguiu um volume de negociações muito alto aqui, por exemplo, nas soluções da Grão Direto”, revelou.
“Por quê? A precificação acabou indo num patamar bem elevado perante o que estamos passando no ano. Alguns produtores aproveitaram este momento de volatilidade a acabaram fechando alguns contratos. Tanto para soja disponível, que está bem escassa se a gente for levar em consideração, mas também aproveitaram para fazer travas futuras em vendas futuras”, contou.
Assimilação pelo mercado
Souza explicou que, a partir de agora, “com um pouco mais de calma” em relação a essa eleição norte-americana, vai ser possível observar um panorama geral como o mercado vai assimilar a nova realidade política.
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“Inicialmente ela (eleição) remeteu um pouco o que vinha oferecendo, que é esta questão de conflito que podem gerar em relação a Estados Unidos e China, e isso acaba sendo benéfico, a curto prazo, para o Brasil por conta de precificações. Pode ser que a China olhe com outros olhos para a gente por conta destas decisões de taxa (de importações de produtos chineses) americana”, avaliou.
Milho mais complexo
Segundo o analista, no caso da soja talvez os chineses diminuam as compras americanas e se voltem ao mercado brasileiro.
“A China pode ser que aumente um pouco o volume de soja brasileira. Na soja a gente já domina na exportação”, definiu.
“Agora, no milho o cenário é um pouco mais indeciso por conta do volume que os Estados Unidos acaba produzindo”, argumentou.
No caso do milho, conforme ele, o cenário torna-se mais complexo visto o alto volume que os americanos produzem, e assim “a precificação vai ser um pouco mais agressiva e eles vão conseguir melhores condições de preços para originar a partir dos Estados Unidos”.
A análise completa de Gabriel Souza, assim como o programa na íntegra e mais informações sobre o agro na edição de A Granja na TV de segunda-feira, 11 de novembro (Canal 48.1 TV Digital e 521 da NET Porto Alegre)