A semeadura da safra brasileira de verão 2024/25 seguiu avançando na semana passada, para 16,2% da área, com foco nos estados do Sul, segundo a Conab.
No ano passado, no período estava em 18,3%.
Já o ritmo das exportações do cereal segue desacelerado na comparação ao ano passado.
Até o momento, queda de 28%, e não deve passar de 7 milhões de toneladas em setembro.
Colheita americana
Já a colheita nos EUA seguiu evoluindo de forma satisfatória.
De acordo com o USDA, atingiu 14% da área total, contra 11% da média dos últimos cinco anos.
E as produtividades estão satisfatórias.
Assim, as cotações de Chicago finalizaram a semana passada cotadas a US$ 4,17 o bushel (+3,99%), para o contrato com vencimento em dezembro/24.
Na B3, o milho subiu 0,80%, para R$ 68,39/saca.
No mercado físico, o movimento foi misto, com algumas regiões positivas e outras negativas.
Safrinha 2025 ameaçada?
De acordo com a Conab, no mesmo período do ano passado, regiões como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná já haviam iniciado o plantio da soja.
Até o momento, apenas os estados do Sul encontram condições favoráveis para início do plantio.
Considerando que a grande maioria dos produtores planta a segunda safra de milho, a plataforma Grão Direto avalia que há um risco de diminuição de área plantada do cereal.
A extensão dessa redução dependerá do ritmo de plantio da soja, que deve acelerar a partir da segunda quinzena de outubro.
Nesse cenário, pode haver pelo menos um suporte nos preços do milho.
Embarques
De janeiro a agosto houve uma queda significativa de cerca de 40% nas exportações, mas o cenário muda quando analisada a média dos últimos cinco anos.
De acordo com a Secex, nos últimos cinco anos o Brasil teve uma média de exportação de 17,70 milhões de toneladas (janeiro a agosto), contra 17,95 milhões deste ano.
Embora esse número possa mudar até o final do ano, não indica um ritmo de exportação preocupante.
Os fatores que impulsionaram o “ano dourado” nas exportações de milho brasileiro não estão se repetindo, especialmente devido à queda de 60% nas compras da China em relação ao ano passado.
Tendência de alta
Conforme a plataforma Grão Direto, as cotações do milho brasileiro devem continuar seguindo a sua tendência de valorização, principalmente pela ameaça do plantio de uma menor área.
E pode haver teste da região dos R$ 70,00 do milho Campinas cotado na B3 (considerando o contrato novembro – CCMX24).
Em Chicago, a semana passada foi positiva, superando a faixa dos US$ 4.00 (considerando o contrato dezembro).
A região é um ponto técnico importante para entender o comportamento do preço.
Se mantendo acima deste patamar, pode-se considerar um teste dos US$ 4,27, e caso ocorra rompimento da região, um teste nos US$ 4,40.
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Considerando uma possível baixa do milho cotado em Chicago devido à colheita americana que poderá pressionar os preços, há a região dos US$ 4,08 como um primeiro alvo de baixa seguido dos US$ 4,00 e caso ocorra a perda dos US$ 4/bushel, a região dos US$ 3,90 poderá ser um suporte importante para o preço.
A CFTC (Comissão de Negociação de Futuros de Commodities) reportou uma leve redução na pressão vendedora com base nas posições líquidas de especuladores, saindo de -66,3K de contratos na semana anterior para -64,2K, uma redução de 2,1 mil contratos.
Fonte: Grão Direto